Vice-Presidente da câmara sugere a expulsão de Jorge Viana do PT e diz que Acre está parecendo uma ONG |
PT ENQUADRA SENADORES QUE PRETENDIAM AJUDAR MARINA
BRASÍLIA
- A direção nacional do PT enquadrou nesta terça-feira a bancada do
partido no Senado, levando-a a fechar questão a favor do projeto que
restringe o tempo de TV e os repasses do Fundo Partidário para novas
siglas. A decisão ocorreu um dia após o senador Jorge Viana (PT-AC),
com o apoio do líder petista no Senado, Wellington Dias (PI), anunciar
que apresentaria emenda para que a nova regra não valesse para as
eleições de 2014. O Palácio do Planalto ficou atônito com a postura dos
dois. A restrição a novos partidos é vista como uma forma de
inviabilizar a candidatura
presidencial da ex-senadora Marina Silva, que está viajando o país em
busca de apoio para fundar sua legenda, a Rede Sustentabilidade.
Hoje, Marina desembarcou no Senado para lançar
um movimento suprapartidário contra a medida, com o apoio de líderes e
integrantes de PSB, PSDB, PDT, PSOL e até do PMDB. A tendência é que o
Senado comece a debater o projeto esta semana, já que a Câmara
concluiu nesta terça-feira sua votação. Os deputados federais
derrubaram as propostas que defendiam que as novas regras só vigorassem
após as eleições de 2014. Em visita ao Senado, o vice-presidente da
República e presidente licenciado do PMDB, Michel Temer, defendeu a
redução do número de partidos no país.
Wellington
Dias negou que tenha recuado e disse que foi mal interpretado. Como
justificativa pelo fechamento de questão, afirmou que o PT tem posição
histórica a favor da fidelidade partidária. Antes da reunião da bancada,
ele foi procurado pelo presidente do PT, Rui Falcão.
Já
Viana, que não estava presente na reunião da bancada, foi atenuando
sua posição ao longo do dia. No início da tarde, após o encontro dos
petistas, ele se mostrou irritado:
—
Tenho minhas posições pessoais, tenho coerência e história. Nem sempre
o que se vota aqui é por ordem de alguém. Temos que mudar a legislação
eleitoral para todos, e não com o jogo andando, e para alguns.
Horas
depois, parecia mais conformado. Disse que conversaria com o partido
para ver a possibilidade de ser liberado para apresentar a emenda:
—
Parece que a bancada levou em conta a fidelidade partidária, então
minha posição pesa menos. Vou ver se me liberam, nunca fui um rebelde.
Vice-presidente sugere expulsão de Jorge Viana
Antes
da decisão da bancada do PT, o vice-presidente da Câmara, André Vargas
(PT-PR), defendeu, exaltado, punição aos colegas petistas:
— O partido tem que ter uma posição unificada, respeitar a posição da maioria. Tem que expulsar o Jorge Viana e trocar o líder.
Para ele, o fato de Viana ser amigo de Marina não é justificativa:
— Aquele estado (Acre) está parecendo uma ONG. A Dilma levou uma surra lá (em 2010) por causa desse charminho dele.
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