Para quem trabalha a semana toda e não tem tempo para os afazeres de casa, o final de semana cai como uma luva. O domingo, para quem não tem o privilégio de uma piscina ou chácara, é aproveitado para ficar na frente do tanque para lavar a roupa suja; com o sol e calor que castigou os acreanos neste domingo, então, nada melhor. E foi justamente neste dia que o PCdoB e o PT aproveitaram para colocar as peças sujas na mesa e começar a limpeza.
Ao contrário de 2012, quando os dois partidos travaram um desgastante cabo de guerra pela cabeça de chapa na disputa pela prefeitura de Rio Branco, a concorrência pela candidatura única ao Senado deixou menos sequelas entre os dois principais partidos da FPA (Frente Popular do Acre). A reunião deste domingo entre petistas e comunistas serviu para sacramentar a deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB) como a candidata ao Senado.
A oficialização será feita na manhã desta segunda (17) à imprensa. Mas antes das poses para a fotografia, a reunião se fez necessária para aparar arestas ainda das eleições municipais. O PCdoB queria a garantia de que o PT não faria corpo-mole na candidatura de Perpétua como retaliação por 2012 e por a legenda ter sido tirada de cena pelo Senado.
Os “camaradas” querem o empenho de que não haverá traição por parte dos companheiros ao levantarem a bandeira da deputada, mas no dia da votação optarem em outro candidato, ou anular o voto. Os petistas sinalizaram que não aceitarão rebeldia por parte da militância que deve seguir a ordem expressa de empenho na campanha de Sebastião Viana (PT) e Perpétua Almeida.
Do outro lado, o PT quer o compromisso integral dos militantes comunistas de entrega de corpo e alma na tentativa de Viana em obter o segundo mandato. De pronto o PCdoB assinou embaixo.
A reunião ainda tratou das suplências; em comum acordo, os dirigentes das duas siglas decidiram que ficarão de fora destas vagas. “As suplências ficarão com os demais partidos da Frente Popular, e esta discussão só terá início na próxima semana”, diz um interlocutor.
Também ficou decidido de que não existe tratativa petista em rifar a candidatura de Moisés Diniz (PCdoB) a deputado federal. O hoje vice-presidente da Assembleia Legislativa será a única aposta comunista em suceder Perpétua Almeida na Câmara dos Deputados.