A campanha para a mesa diretora da Câmara dos Deputados já começou. E o
Acre receberá nesta quarta-feira, dia 7, a visita do candidato favorito à
presidência, o deputado Eduardo Cunha (PMDB –RJ). Ex-líder da bancada do PMDB,
Eduardo Cunha é reconhecido pelas suas posições independentes, apesar de fazer
parte da base de apoio da presidente Dilma (PT). Provavelmente o parlamentar
carioca irá enfrentar o candidato do PT, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP),
que já presidiu a Casa. Mas a tendência é que o peemedebista consiga não só uma
quantidade de votos representativos da maioria dos partidos da base governista
assim como também da oposição. O PSDB, terceira bancada, já anunciou que
apoiará Eduardo Cunha pela sua postura independente em relação às ordens do Planalto.
Sinal verde do PT O PT tenta articular uma candidatura própria. O
principal motivo é que Eduardo Cunha, na legislatura passada, liderou várias
situações de rebelião da base governista. O deputado do PMDB tem como
plataforma um legislativo mais independente e isso desagrada terrivelmente o
Planalto.
Palavra de Flaviano Melo O deputado acreano, um dos
articuladores da vinda de Cunha, me disse o seguinte: “Acredito que ele deva
ser o novo presidente da Casa. O Eduardo se tornou uma alternativa dentro da base
do Governo. As suas posturas políticas agradam tanto alguns partidos da base
quanto da oposição.”
Independentes Pode ser que haja mais de duas candidaturas à presidência da Câmara.
Membros do PDT e PC do B pretendem criar uma alternativa para formarem um
“bloquinho” dentro da Câmara. O polêmico deputado Bolsonaro (PP-RJ) pode querer
também se aventurar na disputa.
Deputados acreanos convidados Além dos dois peemedebistas, Flaviano
Melo (PMDB) e Jéssica Sales (PMDB), o Major Rocha (PSDB) também irá participar
da reunião com o candidato em Rio Branco. César Messias (PSB) e Alan Rick (PRB)
também devem aparecer.
AgendaEduardo Cunha dará uma entrevista coletiva à imprensa acreana às 8h30,
na quarta, 7, no HOTEL Hollyday
In, no centro de Rio Branco. Depois irá conversar com os deputados federais
eleitos, que não são do PT. Vários prefeitos do interior do Estado também devem
comparecer ao encontro.
PP poderá dar apoio O senador Gladson Cameli (PP) já confirmou que
participará da reunião com Eduardo Cunha. Ele poderá influenciar para que o seu
partido apoie o peemedebista na disputa da Câmara Federal.
Partidos expostos O TSE decidiu acabar com o sigilo bancário dos
partidos. Agora, os bancos irão enviar ao Tribunal mensalmente os extratos das
contas. Isso já é consequência do Petrolão. Segundo o ministro Dias Toffoli a
medida visa controlar todas as doações recebidas pelos partidos.
Fim da farra do boi Os presidentes das pequenas siglas que recebem o
fundo partidário não devem ter gostado da medida do TSE. Não poderão mais
gastar conforme as suas conveniências. Terão que apresentar relatórios para
baterem com o extrato bancário.
Siglas de aluguel A verdade é que a quantidade de novos partidos no
Brasil virou uma pouca vergonha. A maioria sem representatividade política
nenhuma só serve para as negociatas do poder. Os seus presidentes vivem gemendo
e chorando atrás de “carguinhos” no Governo. Para acabar com essa “pouca vergonha”
só mesmo uma Reforma Política urgente. Mas pelo andar da carruagem depois das
eleições parece que o assunto já foi relegado ao terceiro plano. Vai ser
difícil o Congresso Nacional legislar contra os seus próprios interesses. A
maioria acha que do jeito que está é mais fácil para manter-se no poder.
Por Nelson Liano Jr.
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