PMDB lidera doações do banco de André Esteves, preso na Lava Jato Ricardo Borges/Folhapress


O banqueiro André Esteves durante transferência para o presidio de Bangu, no Rio

O PMDB foi o principal beneficiado pelas doações das empresas do banco BTG Pactual, de André Esteves, nas últimas eleições. Durante o pleito de 2014, o partido recebeu R$ 17,2 milhões, distribuídos entre comitês e candidatos de nove Estados.

Atualmente, o banco de investimentos é um dos principais doadores eleitorais no país, junto de outros grandes grupos, como a JBS e a construtora Odebrecht.

Durante as eleições de 2014, quando as doações chegaram a quase R$ 50 milhões, a principal contemplada foi a presidente Dilma Rousseff (PT): R$ 9,5 milhões foram destinados à então candidata à reeleição.

O banco, porém, seguiu uma orientação plural: logo em seguida, aparece o comitê do presidenciável Aécio Neves (PSDB), com R$ 7,5 milhões. Marina Silva (PSB) ganhou R$ 1 milhão.

No topo da lista de beneficiados também estão os candidatos ao governo Eduardo Braga (PMDB-AM), Ana Amélia (PP-RS) e Ricardo Coutinho (PSB-PB), além do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), com R$ 1 milhão cada.

Entre os Estados, o Rio de Janeiro, sede do banco, lidera com R$ 3,9 milhões, seguido por São Paulo (R$ 1,8 milhão), Rio Grande do Norte (R$ 1,6 milhão) e Amazonas (R$ 1,5 milhão).

Mato Grosso do Sul, terra do senador do PT Delcídio do Amaral, recebeu R$ 1,5 milhão –metade para o petista, metade para seu adversário Reinaldo Azambuja (PSDB), eleito governador.

Delcídio e o banqueiro foram presos nesta quarta-feira (25) pela Operação Lava Jato, acusados de atrapalhar as investigações do esquema de corrupção na estatal. A prisão do senador é preventiva; a de Esteves, temporária.

Relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, o ministro Teori Zavascki afirmou que o petista ofereceu mesada de R$ 50 mil para que o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró não fechasse acordo de delação premiada –em depoimento, Delcídio negou obstruções e disse que não teme delação. Além disso, Esteves garantiria outros R$ 4 milhões, o que sua defesa nega.

Durante as eleições de 2014, quando as doações chegaram a quase R$ 50 milhões, a principal contemplada foi a presidente Dilma Rousseff (PT): R$ 9,5 milhões foram destinados à então candidata à reeleição.

O banco, porém, seguiu uma orientação plural: logo em seguida, aparece o comitê do presidenciável Aécio Neves (PSDB), com R$ 7,5 milhões. Marina Silva (PSB) ganhou R$ 1 milhão.

CRESCIMENTO

O montante doado em 2014 é quase oito vezes maior do que foi doado em 2010 e quase 400% superior a 2012.

O salto eleitoral da empresa de Esteves começou em 2010, poucos meses depois de o BTG ter se tornado um banco de investimentos sob o comando do executivo. Até então, nenhuma doação em nome da empresa, que foi fundada no Rio como uma corretora de valores, havia sido registrada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Naquele ano de 2010, foram R$ 5,3 milhões em contribuições –em valores corrigidos pelo IPCA, o equivalente a pouco mais de 10% do doado em 2014.

As doações foram feitas somente para diretórios nacionais ou comitês para candidaturas à Presidência, para quatro partidos: PT, PSDB, PMDB e DEM.

Dois anos depois, nas eleições municipais, o montante de doações quase dobrou: pulou para R$ 9,9 milhões, também em valores corrigidos. O principal beneficiado, com R$ 4,8 milhões, foi o PT. PSDB e PMDB, os segundos na lista, receberam cerca de metade desse valor.

Ao longo dos anos, as contribuições do BTG Pactual estão distribuídas entre seis CNPJs diferentes, de diversos segmentos do banco, como BTG Asset Management e BTG Corretora de Títulos e Valores Mobiliários.

Procurado, o BTG Pactual não quis se manifestar sobre as doações.
Fonte: uol.com.br


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