O esquema de compra de candidatos para robustecer a então candidatura de Ilderlei Cordeiro (MDB) à prefeitura de Cruzeiro do Sul, nas eleições de 2016, foi denunciado pelo promotor de Justiça substituto Rafael Maciel da Silva, do Ministério Público Estadual no Juruá, à 2ª Vara Cível da Comarca no município.
O famigerado áudio espalhado em agosto daquele ano, véspera do pleito, em que o na época prefeito Vagner Sales, ainda padrinho de Ilderlei, aparece oferecendo R$ 5 mil e um cargo na prefeitura ao então candidato a vereador Clebison Freire (PSDB) na tentativa de convencê-lo a desistir da disputa para que o tucano apoiasse Ilderlei Cordeiro, fundamenta a ação do MP.
Também são denunciados pela promotoria por colaboração no esquema de compra de candidatos: Irlandio Souza da Silva Cordeiro; Edson Firmino de Paula (ex-presidente do PSDB em Cruzeiro) e Mario Vieira da Silva Neto, à época chefe de gabinete do Executivo em Cruzeiro do Sul. Edson e Mario foram presos pela Polícia Federal, no dia 24 de agosto, sob suspeita de corrupção ativa. De acordo com a denúncia, Neto estaria pagando candidatos a vereador para desistirem da candidatura com o intuito de apoiarem a chapa “Juntos por Cruzeiro”, do candidato Ilderlei Cordeiro, hoje prefeito.
A denúncia do MP detalha encontros entre os envolvidos no esquema e afirma que “o ex-prefeito de Cruzeiro do Sul utilizou-se da prerrogativa, decorrente de sua investidura no cargo político, de nomear secretários municipais na tentativa de corromper o candidato a vereador de partido rival, fazendo-o desistir da candidatura, buscando, com isso, finalidade absolutamente ilícita e imoral, inadmissível no âmbito da administração pública. Já os demais denunciados atuaram em conjunto com o ex-prefeito”.
O Ministério Público cita que a “mercancia” de cargos públicos pelo ex-prefeito foi realizada nas dependências da Secretaria Municipal de
Assistência Social, configurando, assim, evidente caso de uso de imóvel público em benefício do atual prefeito Ilderlei Cordeiro e do vereador e presidente da Câmara Municipal, Romário Tavares. A conduta é definida como ímproba.