Apresentador e deputado federal eleito morreu aos 64 anos no Rio no sábado. Velório vai até as 13h na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
O deputado Wagner Montes é carregado para a cadeira da presidência da Alerj. Ele presidiu a sessão que livrou os deputados Jorge Picciani, Edson Albertassi e Paulo Melo da prisão determinada pela Justiça na operação Cadeira Velha — Foto: Luiz Ackermann/Agência O Dia/Estadão Conteúdo
O corpo de Wagner Montes (PRB), deputado federal eleito e apresentador de TV, será cremado neste domingo. A solenidade ocorre no Cemitério da Penitência, no Caju, região central do Rio e é restrita a amigos e familiares.
Wagner Montes morreu no sábado (26), por volta de 11h30. O velório começou ainda naquela noite e é aberto ao público no saguão do Palácio Tiradentes, a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, até as 13h deste domingo (27).
Amigos e parentes estiveram na Alerj desde as primeiras horas da manhã. Dezenas de coroas de flores ficaram no saguão, uma delas chama a atenção por ter sido enviada pelo apresentador Silvio Santos. Há ainda uma bandeira da Beija-Flor de Nilópolis, escola de samba que Wagner torcia.
Montes estava internado há dois meses no Hospital Barra D'Or para o tratamento de uma infecção urinária. A causa da morte foi choque séptico e sepse abdominal. Em novembro de 2018, o deputado já tinha sofrido um infarto.
Wagner Montes foi eleito deputado federal nas últimas eleições pelo Partido Republicano Brasileiro (PRB), com 65.868 votos. Ele estava no terceiro mandato na Alerj, como deputado estadual.
Casado há 30 anos com a apresentadora Sônia Lima, Wagner também era advogado e apresentava telejornais na TV Record.
Corpo de Wagner Montes é velado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro — Foto: Carlos Brito / G1
Corpo do deputado é velado no hall principal da Alerj — Foto: Carlos Brito / G1
Wagner Montes (PDT), candidato a deputado estadual mais votado no estado do Rio comemora em sua casa na Barra da Tijuca — Foto: Ivo Gonzalez / Agência O Globo
Repercussão
O prefeito Marcelo Crivella decretou luto oficial de três dias na cidade do Rio de Janeiro em homenagem ao político. Para o chefe do executivo municipal, a trajetória de Wagner Montes "é um exemplo da vocação e da natureza do cidadão fluminense", disse Crivella, em nota divulgada à imprensa.
Presidente em exercício da Alerj, André Ceciliano (PT) expressou "profunda tristeza" pela morte do "amigo, irmão e companheiro de trabalho".
"A alegria do Wagner, sua capacidade de trabalho e especialmente a habilidade de driblar as dificuldades sempre foram características marcantes de sua personalidade", disse Ceciliano.
Biografia
Criado no município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, o político teve uma infância pobre. Na juventude trabalhou como garçom, vendedor de camisas e açougueiro.
Em 1974, estreou na Rádio Tupi, passando em 79 para a TV, onde apresentou os programas “Aqui e Agora” na extinta TV Tupi e “O Povo na TV” na TVS, hoje SBT. O apresentador comandou diversos programas ligados à música e às causas populares. Ao todo foram 17 anos trabalhando na emissora de Silvio Santos, período em que conheceu a atriz Sônia Lima - no Show de Calouros.
Em 1981, Wagner sofreu um grave acidente a bordo de um triciclo, na Zona Sul do Rio.
Em sua carreira como artista de televisão, Wagner teve destaque apresentando o programa “Balanço Geral”, da TV Record. Seu bordão “escraaacha” era repetido por crianças, jovens e adultos e tornou-se uma marca.
Wagner Montes elegeu-se deputado estadual no ano de 2006, com a expressiva votação de 111.802 votos. Em 2010, com 528.628 votos, destacou-se como o deputado estadual mais votado da história política do Estado do Rio de Janeiro. Seu mandato teve forte atuação nas áreas de segurança pública, saúde e educação.
O parlamentar ocupou por quatro anos o cargo de 1º Secretario da Mesa Diretora da Alerj. Na eleição de 2014, foi reeleito, com 208.814 votos e foi o segundo deputado estadual mais votado naquela eleição.
Filho se despede de Wagner Montes durante velório — Foto: Carlos Brito / G1
Por Carlos Brito, G1 Rio