Assessoria 04 Março 2022
Os professores aprovados no último concurso efetivo para a Secretaria de Estado de Educação (SEE), que aguardam convocação, realizaram no começo da noite de hoje (4) um ato no Novo Mercado Velho, em Rio Branco, para chamar a atenção do governador Gladson Cameli (PP), do secretário de Planejamento e Gestão, Ricardo Brandão, e da secretária de Estado de Educação, professora Socorro Neri.
Os professores entregaram refeições durante o protesto. A professora Ana Beatriz Santos dos Anjos, que faz parte da comissão organizadora, disse que a doação de refeições faz parte do projeto ‘Sopão Comunitário’. Além de atrair a atenção das autoridades, a iniciativa tem o objetivo de auxiliar pessoas em situação de rua ou em vulnerabilidade social.
Ela contou que mais de 300 candidatos esperam a convocação e relata que não são apenas números, mas vidas. “Hoje são 379 professores que aguardam ansiosamente pela sua convocação. Mas, é importante lembrar que não somos apenas um número, somos 379 pessoas que, assim como aquelas que estão em condição de vulnerabilidade social, fazendo os seus trânsitos pelas ruas, também nos sentimos andando à esmo, desamparados pelo poder público. O nosso ato objetiva chamar a atenção da sociedade civil e das autoridades competentes, para a importância da valorização da educação, que perpassa pela valorização dos professores e professoras. Portanto, estamos hoje com o coração confiante de que um ato como esse, pequeno, simbólico e metafórico, possa apontar um horizonte de esperança para nós, nossas famílias, e para a sociedade como um todo”, desabafou.
A pedido do deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB), no próximo dia 9 de março, quarta-feira, a Assembleia Legislativa do Acre, por meio das comissões de Serviço Público, Trabalho e Municipalismo e de Educação e Desporto, realiza uma audiência pública com a participação da equipe de governo, deputados e professores do cadastro de reserva. A audiência acontecerá na sede do Poder Legislativo, no Centro de Rio Branco, a partir das 8 horas da manhã.
“A oportunidade da Audiência Pública, movida pelo deputado Edvaldo Magalhães, com o apoio da deputada Perpétua Almeida e do deputado Daniel Zen, é para nós, uma forma de quebrar o silêncio, de sermos ouvido e de também ouvir. Portanto, queremos saber: Por que as últimas convocações foram tão tímidas? Por que alegam que "não há vacância", mas não mostram os dados? Se temos 379 professores do Cadastro de Reserva, aptos para trabalhar, e contamos no estado com o quantitativo exorbitante de 9 mil professores provisórios, por que alegam que não há vagas? Por que a educação não é prioridade num governo que no período de campanha dizia de forma panfletária: "Dinheiro tem, o que falta é gestão!". De fato, dinheiro tem, temos o recurso orçamentário do Fundeb. De fato, o que está faltando é gestão. Chegamos a essa conclusão e isso tenta nos desanimar, mas acreditamos muito no apoio da sociedade civil e dos deputados que já declararam apoio a nossa causa. Acreditamos que há esperança e de que seremos todos convocados ainda na atual gestão do governador Gladson Cameli e ainda na gestão da Secretária e professora Socorro Neri. Esse é o nosso apelo. Essa é a nossa angústia. Queremos ser ouvidos e queremos essas respostas. Seguimos à luta confiantes na vitória!”, disse Ana Beatriz.
Ela ponderou também que a condição de professor temporário causa certo desconforto e gera insegurança, isso porque eles não são amparados pelo Acre Previdência, mas sim pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), além de não terem Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações (PCCR). “A expectativa para a audiência é de que tenhamos uma resposta. Nunca imaginamos que para sermos convocados num concurso público, em que há todas as condições jurídicas e orçamentárias para isso, fosse um processo tão penoso e desgastante. Tem sido uma luta árdua, em que precisamos, em meio as nossas férias, tendo em vista que a maioria de nós somos professores que atuam na rede pública do estado como provisórios, sairmos nas ruas, juntamente com o comando de greve, para lutar pelo reajuste salarial e pela nossa convocação. Esse é um tema muito importante: a convocação dos 379 professores aprovados no concurso público de 2018, não é, de forma alguma, uma ação isolada no que diz respeito à valorização da educação. Parece óbvio, mas a todo tempo precisamos falar e explicar o óbvio. Pois então, professores provisórios não contribuem para com o Acre Previdência, contribuem para com o INSS. O que causa um descompasso orçamentário para a categoria como um todo, o que nos enfraquece coletivamente e corrói a nossa aposentadoria. Professores provisórios não tem plano de carreira, mesmo que haja uma dedicação de uma vida, continuaremos com o mesmo salário, impedidos de crescer em nossa profissão. Fomos às ruas porque já tínhamos tentado outros meios. Já fizemos mais de um ofício, junto a Secretaria de Educação do Acre, para sabermos quantas vagas há por disciplina. Passado um ano, ainda não obtivemos respostas. Demos uma entrevista para a mídia, pedimos encarecidamente que o Sr. Governador Gladson Cameli e a Sra. secretária de Educação e professora Socorro Neri nos dissessem o porquê de não nos convocarem. A nota na mídia disse que ‘o governo não irá se pronunciar sobre o assunto’”.
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