Enquanto Bolsonaro tem um encontro com assessor às 15h na agenda oficial, Lula se reúne com comandantes de poderes e direciona transição antes de viajar ao Egito em seu primeiro ato internacional como presidente eleito
Geraldo Alckmin e Lula.Créditos: Ricardo Stuckert
Enquanto Jair Bolsonaro (PL) se ocupa em limpar as gavetas, com um único compromisso - reunião com assessor às 15h - na agenda oficial, Lula (PT) cumpre uma agenda intensa em Brasília, com reuniões com chefes de poderes e o governo de transição, antes de embarcar para o Egito no fim de semana, onde vai participar da COP-27, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.
Lula foi citado na abertura do encontro, na segunda-feira (7), pelo ex-vice-presidente dos Estados, Al Gore, que disse que “o povo brasileiro escolheu, há poucos dias, parar de destruir a Amazônia”, em relação à vitória do petista nas urnas.
Lula foi convidado a participar da COP 27 pela presidência do Egito, e se juntará a nomes como o do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e do presidente da França, Emmanuel Macron.
Agenda em Brasília
Nesta quarta-feira (9), Lula inicia o dia com uma reunião com Arthur Lira (PP-AL), às 10h na residência oficial do Presidente da Câmara dos Deputados. Às 15h, o presidente eleito se encontra com Rodrigo Pacheco (PSD-MG) na residência oficial do Presidente do Senado.
O presidente eleito ainda deve se reunir com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, em meio aos rumores em torno do relatório das Forças Armadas sobre o segundo turno das eleições.
Lula ainda deve se reunir com o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, que comanda o governo de transição, além de integrantes da equipe para definir as propostas para o orçamento de 2023, que devem constar na PEC da Transição.
Nesta terça-feira (8), Alckmin assinou a portaria que instituiu o Gabinete de Transição Governamental e divulgou nomes e diretrizes que serão trabalhadas pelo novo governo, que ocupa três andares do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília.
O vice-presidente eleito também assinou a portaria que designou a presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, como coordenadora de Articulação Política, o ex-ministro Aloizio Mercadante como coordenador dos Grupos Técnicos, formado por 31 grupos em diversas áreas, Floriano Pesaro como coordenador Executivo, e a futura primeira-dama Janja da Silva, como coordenadora de Organização da Posse.
Em entrevista, Alckmin anunciou os quatro integrantes do Grupo Técnico na área de Economia: André Lara Resende, Guilherme Mello, Nelson Barbosa e Pérsio Arida. E também os quatro integrantes do Grupo Técnico de Assistência Social: Simone Tebet, Márcia Lopes, Tereza Campello e André Quintão.
Segurança reforçada
A Polícia Federal está montando um esquema especial para a segurança do gabinete de transição no CCBB. Na tarde desta segunda, a PF fez uma vistoria no local antes de Lula chegar e definiu algumas prioridades - além do reforço no esquema.
A equipe comandada pelo delegado Andrei Rodrigues passou a fazer monitoramento para identificação de grampos, além de montar uma estrutura de segurança cibernética para evitar ataques hackers e o vazamento de dados sigilosos que serão disponibilizados.
Lula vai ocupar um gabinete no terceiro andar do prédio, com acesso restrito e a segurança de policiais federais. Alckmin e os quatro principais coordeadores terão sala exclusiva também com acesso restrito.
Só chegarão próximo as salas de Lula e Alckmin aqueles que tiverem credenciamento específico — todos os integrantes da transição serão credenciados com diferentes níveis de acesso a áreas do CCBB.
Entre as ações da PF ainda estão previstas frequentes de varreduras antibombas, com equipamentos, agentes e cães farejadores.
Por revistaforum.com.br