A presidente eleita Dilma Rousseff conhecerá hoje o modelo acreano de Segurança Pública. O trabalho que o Acre vem desenvolvendo nos últimos anos no setor será apresentado pela secretária Márcia Regina (Segurança). O convite foi feito para que Dilma possa conhecer a atual realidade do sistema no país, e elaborar a estratégia de combate à criminalidade em seu governo.
Além do Acre, também receberam o convite os secretários de Segurança de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco e Maranhão. Para Márcia Regina, o convite ao Acre é um reconhecimento da presidente eleita ao trabalho que é implementado no governo Binho Marques.
Tendo como base modelos de gestão de Minas e do Rio, o Estado tem apostado no trabalho integrado das forças repressivas com o sistema Jurídico, envolvendo o Tribunal de Justiça e o Ministério Público. Na análise da secretária, por estar na fronteira com os dois maiores produtores de drogas do mundo (Bolívia e Peru), o Acre adota um modelo de percepção e combate aos crimes comuns para estas áreas.
“Temos todo o trabalho de reorganização do policiamento, com monitoramento, indicadores e metas a serem alcançadas. Temos colocado essa política em prática e os resultados têm aparecido”, disse Márcia. Segundo ela, a perspectiva é que o número de homicídios em 2010 fique abaixo do ano passado.
Há dois anos que a Secretaria de Segurança do Acre executa modelos de gestão semelhantes aos da iniciativa privada, como a adoção de metas e objetivos a serem alcançados por cada integrante do setor. Assim como no modelo particular, o governo coloca em prática a meritocracia, que premia com bônus salarial os melhores policiais.
Sobre o papel do Governo Federal nas políticas de segurança do país - hoje os Estados são os principais responsáveis -, Márcia Regina afirma que ele deve atuar como “um norte para ajudar os governos estaduais”. Para a secretária, o Plano Nacional de Defesa deixou muito a desejar no tocante às áreas de fronteira.
Na opinião dela, a Polícia Federal não consegue manter uma boa articulação com as secretarias de Segurança dos estados limítrofes. Ela defende que o Brasil passe a ter mais acordos de cooperação com os países vizinhos. Dessa forma, as forças policiais brasileiras pode-riam atuar com mais respaldo nestas regiões, sem criar eventuais incidentes diplomáticos.
Permanência no governo Tião Viana - Questionada sobre uma futura permanência na Secretaria de Segurança Pública no governo Tião Viana, Márcia Regina disse que essa é uma decisão exclusiva do governador eleito. “Não cabe a mim fazer esse tipo de avaliação. Eu me propus a um trabalho, estou concluindo-o e tenho certeza de que o governador Tião Viana assumirá uma Segurança Pública bem preparada”, ponderou.
Márcia Regina é procuradora do Estado e foi convidada pelo governador Binho Marques para assumir a secretaria em meio a uma crise de criminalidade no Estado. Primeira mulher a ocupar o cargo, a secretária também enfrentou vários momentos difíceis frente ao órgão. Sua demissão chegou a ser pedida pelo senador eleito Sérgio Petecão (PMN) durante a propaganda eleitoral.
De forma indireta, o convite de Dilma Rousseff para Márcia Regina a gabarita a receber um eventual convite de Tião Viana para que permaneça no comando da Segurança Pública pelos próximos anos
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