sábado, 25 de junho de 2011

Quase 60% dos jovens brasileiros não se identificam com partidos

Pesquisa indica preocupação com causas coletivas, independentemente
 da política partidária Amanda Polato e Marina Novaes, do R7
Franklin de Freitas/AE 18.06.2011


Um levantamento divulgado na última semana pode acender uma “luz vermelha”
nos partidos políticos do Brasil. De acordo com o estudo “Sonho Brasileiro”,
realizado com cerca de 3.000 pessoas de 18 a 24 anos em 23 Estados, 59%
dos brasileiros não têm preferência por uma legenda, embora a maioria dos
jovens demonstre preocupação com causas coletivas.

Dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) obtidos pelo R7mostram que o
número de jovens ligados a partidos também não evoluiu nos últimos quatro anos
. Em 2007, dos 11,6 milhões de eleitores filiados a partidos, 552,7 mil tinham
idades entre 16 e 24 anos (4,5% do total). Já em 2011, entre 13,9 milhões de
agremiados, apenas 442,1 mil declararam pertencer a essa faixa etária (3,1% do
total) – os números, porém, podem variar, já que alguns eleitores deixaram de
 informar suas idades.

Para o pesquisador Gabriel Milanez, da agência Box1824, que fez o estudo em
parceria com o instituto Datafolha, não é possível apontar apenas uma causa para
essa falta de identificação com o sistema político atual, embora seja evidente que
 “os jovens se sentem cada vez menos representados pelos partidos existentes”.

O coordenador do Observatório Jovem, grupo de pesquisa da UFF (Universidade
 Federal Fluminense), Paulo Carrano, avalia que é difícil apontar uma mudança de
comportamento, pois quase não há pesquisas das décadas passadas para se
comparar. Para ele, é errado afirmar que os jovens não se interessam por política
partidária, mas é possível entender porque muitos decidem defender suas bandeiras
 por conta própria.
 Os jovens se vinculam mais a causas e ideias, especialmente àquelas
 em eles podem participar diretamente, controlar de maneira mais 
‘horizontal’ e menos hierarquizada que em instituições. A adesão a
 partidos significa um gasto de tempo, a tomada de uma posição em 
termos de adesão a um programa institucional que nem sempre se 
compreende, já que os partidos prometem uma coisa e fazem outra. 

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