Mais da metade dos repasses federais a ONG nos últimos 12 anos não foram fiscalizados. O pior problema está no atraso em verificar das prestações de contas já enviadas
Beneficiadas por R$ 3,5 bilhões nos cofres federais apenas no ano passado, muitas organizações não governamentais ONGs) têm estímulo para se envolverem em irregularidades: a incapacidade de fiscalização pelo Poder Público. Em 2010, 45,7 mil convênios não tiveram a prestação de contas analisada, num total de R$ 21,1 bilhões cuja aplicação não teve qualquer acompanhamento. O valor equivale a 54,9% – mais da metade – dos R$ 38,4 bilhões em convênios fechados desde 1999 entre a União e entidades sem fins lucrativos. São 12 anos.
Os números constam do Relatório das Contas de Governo do Exercício de 2010, aprovado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em junho com ressalvas. De acordo com o levantamento, 2.780 entidades deixaram de entregar a documentação. Mas o pior está por vir: o principal problema está na falta de verificação nas prestações de contas enviadas pelas ONGs. Ao todo, 42.963 convênios estavam nessa situação no fim do ano passado, num atraso médio de seis anos e dez meses na análise dos papéis.
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