quarta-feira, 4 de julho de 2012

Poesia


Uma poesia



A guerra do medo me faz guardar
A sete chaves, segredos
A arte da poesia me faz acreditar
Sem querer, na heresia
Acho que me tornei pecador
E quem não é, por amor
A liberdade de expressão,
Endureceu, o meu coração
Falar o que a gente quer,
Nem sempre, nos dá razão

Sou cético, poético, eclético,
Politicamente incorreto
Sou personagem de mim.
Prefiro viver assim
Perigosamente apaixonado
Ainda não sei o que é o certo
O tempo é senhor,
É encruzilhada do amor
Armadilha da paixão,
Predador da razão.

Sou de Tarauacá
Um belo lugar
Pra viver e lutar
Compor e cantar
Sorrir, chorar, protestar
Correr, caminhar
Dançar, paquerar, namorar
Noivar, casar
Separar, divorciar
Pagar pensão
Fazer nada
Ou trabalhar

Sou de Tarauacá
Um belo lugar
Pra acordar cedo
Fazer o café
Comprar o pão
Sentir medo
Guardar segredo
Compor um enredo
De utopia ou razão
Ódio e paixão
Ciência ou oração

Tarauacá é um belo lugar
Pra se viver
Acompanhado, sozinho
Emprestar açúcar
Ou fechar a janela
Para o vizinho
Jogar bola
Ir à escola
Ou a feira
Ouvir rádio
Assistir televisão
Comprar mamão
Falar do grande abacaxi
E das mulheres bonitas
Que só tem aqui

Tarauacá é um belo lugar
Pra se viver
Pra ter raiva dos políticos
Que quando chegam
Ao poder
Esquecem do povão
E, só lembram dele
Na próxima eleição
Que vergonha,
A corrupção
O nosso dinheiro
Não chega todo
Em nossas mãos
Essa outra face
Enlameia nossa história
Suja nossa memória

Tarauacá vai aos 100 anos
festa
Praça do bolo
Portal de entrada pra nada
Maquiagem de madame
tijolos de ilusão
Ópio do povo
Que decepção
O meu sangue
Vermelho e nordestino
Irriga meu coração
Ainda menino
Veias que dilatam
Sonhos a hidratar
Meu desejo de mudar.

Professor Accioly

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