Tarauacá: Festa do Milho na Escola 15 de Junho no próximo domingo
Uma boa opção para você levar sua família e seus amigos neste domingo é a já tradicional Festa do Milho realizada pela Comunidade Escolar da Escola Municipal 15 de Junho, localizada na BR 364, há 18 km de Tarauacá.
Neste domingo, 02/12, a partir das 10 horas, tem início a festa, co direito a transporte do centro da cidade até a sede da Escola.
Diretor José Leite
O Diretor Professor José Leite em parceria com a equipe gestora da escola, está à frente da organização. Serão servidas comidas à base de milho (pamonhas, canjicas, milho assado e cozido, pão de milho com leite, pão de milho com ovos, bolos, pudins, mugunzá, pipoca...). No almoço galinha caipira, pato, etc... Além de atividades esportivas e culturais, desfiles, concursos e outras.
ORAÇÃO DO MILHO
Senhor, nada valho.
Sou a planta humilde dos quintais pequenos e das lavouras pobres,
Meu grão, perdido por acaso,
Nasce e cresce na terra descuidada.
Ponho folhas e haste, e se me ajudardes, Senhor, mesmo planta
De acaso, solitária,
dou espigas e devolvo em muitos grãos
o grão perdido inicial, salvo por milagre, que a terra fecundou.
Sou a planta primária da lavoura.
Não me pertence a hierarquia tradicional do trigo
E de mim não se faz o pão alvo universal.
O justo não me consagrou Pão de Vida, nem lugar me foi dado nos altares.
Sou apenas o alimento forte e substancial dos que
Trabalham a terra, onde não vinga o trigo nobre.
Sou de origem obscura e de ascendência pobre,
Alimento de rústicos e animais do jugo.
Quando os deuses da Hélade corriam pelos bosques,
Coroados de rosas e de espigas,
Quando os hebreus iam em longas caravanas
Buscar na terra do Egito o trigo dos faraós,
Quando Rute respigava cantando nas searas do Booz
E Jesus abençoava os trigais maduros,
Eu era apenas o bró nativo das tabas ameríndias.
Fui o angu pesado e constante do escravo na exaustão do eito.
Sou a broa grosseira e modesta do pequeno sitiante.
Sou a farinha econômica do proletário.
Sou a polenta do imigrante e a miga dos que começam a vida em terra estranha.
Alimento de porcos e do triste mu de carga.
O que me planta não levanta comércio, nem avantaja dinheiro.
Sou apenas a fartura generosa e despreocupada dos paióis.
Sou o cocho abastecido donde rumina o gado.
Sou o canto festivo dos galos na glória do dia que amanhece.
Sou o cacarejo alegre das poedeiras à volta dos seus ninhos.
Sou a pobreza vegetal agradecida a Vós, Senhor,
Que me fizestes necessário e humilde.
Sou o milho.
(Cora Coralina)