Não se surpreendam se Marina virar vice de candidato da oposição
Publicado em 24-Abr-2013
Não se surpreendam se a candidata a presidente da República, ex-senadora Marina Silva, terminar como candidata a vice de um dos candidatos que se movimentam aí para disputar o Planalto na eleição do ano que vem. Há um sutil, mas bem perceptível, movimento na mídia esvaziando a pré-candidatura dela à Presidência.
Todos os jornais começaram simultaneamente a destacar suas dificuldades - a principal delas a formação da REDE Sustentabilidade, que ela tenta montar para ter um partido seu para a disputa eleitoral do ano que vem. Agora, para confirmar, vem o jornal "The Guardian", de Londres, com uma reportagem em que enumera, com todas as letras, as dificuldades de Marina.
Sem falar na pérola publicada no jornal britânico de que o governo da presidenta Dilma Rousseff abandonou a agenda ambiental em troca do desenvolvimento, programas minerais e a construção hidroelétricas... Aí, explica-se: talvez o jornal britânico queira reservar o mercado de ferro apenas para suas empresas (de sua holding) que atuam no Canadá e na Austrália.
A reportagem do "The Guardian"
O fato - prestem atenção e acompanhem comigo - é que realmente a REDE esta emperrada e a candidatura Marina já não atende a estratégia da oposição. Talvez a tática seja levar Marina a ser a vice de um dos candidatos, destes que tanto se apressam em defendê-la e ajudá-la agora, principalmente na formação de seu novo partido, o que não faziam antes. A conferir.
Em reportagem publicada nesta 3ª feira (ontem), o"Guardian" afirma que a ex-senadora enfrenta dificuldades para concorrer novamente à Presidência em 2014 (ela foi candidata em 2010, quando ficou em 3º lugar, com 19 milhões de votos). O texto elogia a trajetória de Marina na militância ambientalista, mas analisa que ela perdeu espaço político no país após 2010.
"Apesar do seu perfil global - ela carregou a bandeira olímpica na abertura dos Jogos de Londres - (Marina) Silva mergulhou nas sombras em seu país", diz o jornal britânico. É aí que o jornal embute: a agenda da sustentabilidade foi "deixada de lado" pelo governo Dilma Rousseff em favor de investimentos em áreas como mineração e infraestrutura.
"Mais importante, porque muita gente perdeu a esperança"
"São tempos difíceis para ser um militante ambientalista", afirma o jornal, mesmo reconhecendo que a presidenciável Marina já deu um "passo considerável" na coleta do meio milhão de assinaturas que precisa para fundar seu novo partido, a Rede Sustentabilidade. À publicação britânica, a ex-senadora fala meio "no muro" sobre sua possível candidatura em 2014, que ela ainda não confirmou formalmente. "Não sei se vai ser mais difícil desta vez, mas sei que vai ser mais importante, porque muita gente perdeu a esperança."
O "Guardian" registra, ainda, que a mudança de religião - ela era católica e se tornou evangélica - teria afastado Marina parte de seus possíveis aliados. "(Marina) Silva continua popular, mas seu ardor religioso - ela se converteu do catolicismo para o cristianismo evangélico - desanimou alguns apoiadores em potencial", diz o jornal.
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