Moisés Diniz: “É injusto
ter 14 milhões para a mídia e três milhões para a Defensoria Pública”
O ex-líder de Sebastião Viana (PT),
na Aleac, deputado Moisés Diniz (PCdoB) fez um pronunciamento contundente na
manhã desta terça-feira (2), na tribuna. O comunista afirmou que não votará
mais de acordo com a orientação da FPA, assinou a PEC contra a pensão de
ex-governador e criticou a distribuição de verbas que o Governo do Acre faz
para a mídia e Defensoria Pública. Diniz deu evidências de um possível
rompimento de seu partido com o PT.
“Quando mudamos de posição as pessoas
estranham, mas até os rios escolhem a direção de suas águas. Não concorremos em
concurso público para chegarmos ao mandato. Estamos aqui pela vontade da
periferia, que não consegue concorrer com a elite. Fomos eleitos pelo povo, que
foi as ruas que querem Educação, Saúde padrão Fifa e transporte coletivo de
qualidade, pois o rico anda de carros com ar-condicionado ou helicóptero”,
enfatiza Moisés Diniz.
O comunista destacou ainda, que sua
mudança de orientação política seria pelo “povo que anda de pé nos ônibus. Era
para ter ação no STF, pois a lei obriga cinto, e pobre anda agarrado pois não
tem como sentar. O povo foi as ruas e nos temos que respeitar os sentimentos do
povo brasileiro. Diga o que quiser mas eu vou seguir o sentimento das
ruas. Não aceito mais aposentadoria de ex-governadores, por isso assinei a
PEC”, afirma Diniz.
O deputado justificou sua assinatura
na PEC 02/2013 – que extingue a pensão de ex-governador destacando que não
teria mais compromisso em seguir orientações de seu bloco político, já que não
seria mais líder do governo. “Se eu ainda fosse líder do governo cometeria um
erro político assinar sem consultar base, mas eu não sou mais líder, eu sou
deputado comum. Portanto, tenho direito de votar com minha consciência e não
vou abrir uma virgula nesta condição”.
Moisés Diniz fez ainda, duras
críticas ao valor da verba de mídia do Governo do Acre, que de acordo com ele,
seria superior ao repasse da Defensoria Pública. “Nós precisávamos em
determinado momento, rever os valores pagos na área de comunicação. Muitas vezes
tentei na FPA, desde quando fui líder de Binho Marques, achar que precisava
rediscutir o papel da mídia e estes recursos que vão para comunicação. Não me
senti covarde, como líder, tinha que discutir dentro da base. Destinar R$ 14
milhões para mídia e R$ 3 milhões para Defensoria é injusto. Se tirar R$ 1
milhão aumenta em 30% e tira 6% a comunicação, não vai acabar os jornais,
não vai fechar jornais, e o pobre vai ser amparado no interior do Acre e na
periferia. Este é o meu coração e ninguém vai mudar”, finaliza Moisés Diniz.
Ray Melo, da redação de ac24horas
raymelo.ac@gmail.com
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