Todos. Barata ou até gratuita. Atônica da apresentação de Mark Zuckerberg , CEO e fundador do Facebook, durante o MWC 2014 nesta segunda-feira (24), foi seu projeto de aumentar a utilização das poderosas ferramentas da grande rede em todo o mundo.
Mark Zuckerberg deixa o palco após sua apresentação no MWC (Foto: Reprodução / Cnet)
A apresentação do executivo começou com uma série de estatísticas sobre a utilização de dispositivos móveis em um rápido vídeo. David Kirkpatrick, da empresa Techonomy, então, subiu ao palco, contou como conheceu Mark Zuckerberg, introduziu o fundador e CEO do Facebook e iniciou um bate-papo com ele.
O primeiro tema não poderia ser outro: WhatsApp. Segundo ele, a grande visão de que as empresas compartilham é o fato de tentar facilitar a comunicação de todas as pessoas, e o fato de o aplicativo já ter uma enorme base de usuários, e o mesmo pensamento para o futuro foram os principais motivadores para o acordo de US$ 19 bilhões.
“O WhatsApp é uma grande companhia e se encaixa bem conosco. Já tem quase meio bilhão de pessoas e é o aplicativo com maior engajamento no mercado móvel que já vimos hoje. Está no caminho para se contar mais de um bilhão de pessoas e é um dos poucos serviços do mundo que podem alcançar isso. Fiquei muito animado em ter a oportunidade de participar desta jornada”, disse Mark, que acha o valor pago justo.
David Kirkpatrick entrevista Mark Zuckerberg no MWC (Foto: Reprodução / MWC)
Porém, logo depois, a conversa tomou outro rumo. Zuckerberg citou um estudo da firma Deloitte para destacar um ponto importante de seus próximos projetos: a inclusão digital. Ele frisou que quando se aumenta a conectividade à Internet, a qualidade de vida melhora. São criados milhões de empregos e até taxas ruins, como mortalidade infantil, caem.
“Só um terço das pessoas têm Internet no mundo. Está crescendo mais devagar do que as pessoas imaginam. Fala-se muito do número de smartphones no mundo e acaba-se pensando que isso leva o acesso à rede, mas não é verdade. Identificamos um problema e queremos consertar. Não queremos criar uma conectividade para uma parte do mundo, mas sim para ele todo. E não é sobre a Internet, é sobre o que ela traz”, analisou.
Foco no Internet.org
Mark Zuckerberg fala de seu projeto, o internet.org (Foto: Reprodução / MWC)
Um dos estimuladores do Internet.org, Zuckerberg falou do projeto e citou as bases da ideia: criar um acesso rápido e quase “emergencial” pelo menos a serviços básicos na rede. Como um número de ligação de emergência (911 nos EUA), mas online e com as páginas mais básicas, por preços mais baixos e até mesmo gratuitamente.
“Isso não é só uma teoria. Trabalhamos com isso já nos últimos meses e temos alguns resultados muitos interessantes”, disse o CEO do Facebook, citando as Filipinas como exemplo de onde alguns testes com este modelo estão sendo feitos com o Facebook e Messenger gratuitos.
O número de dados consumidos dobrou em três, quatro meses, de avaliações. Segundo Zuckerberg, em cerca de seis meses, o Internet.org irá crescer bastante, e a previsão do executivo é de que, em cinco anos, isso já possa alcançar aproximadamente mais de um bilhão de pessoas. Em 10, mais de três milhões.
“Vamos perder dinheiro por um tempo”
O projeto ainda está no início, segundo Zuckerberg, e eles estão trabalhando com um grupo pequeno de parceiros. A ideia é testá-lo por um ano para depois voltar e buscar outras companhias para apoiar. Obviamente, não é um projeto lucrativo a curto prazo, porém este não é o objetivo inicial do fundador da maior rede social do mundo.
“Acho que vamos perder um dinheiro nisso por um tempo. Mas acredito nisso porque foi o motivo de eu ter iniciado o Facebook. A visão inicial foi que algum dia alguém pudesse ajudar a conectar todo mundo no mundo. Alcançar 1 bilhão de pessoas é ótimo, mas tem que haver algo maior. E para a gente é isso: conectar o mundo. Eventualmente iremos achar uma forma de receber por isso, mas primeiramente é bom para o mundo”, avaliou.
Zuckerberg não perdeu a esportiva nem quando perguntado sobre o Snapchat (Foto: Reprodução / MWC)
Mark acredita que as operadoras podem abraçar a ideia porque o objetivo é estimular os usuários a conectarem-se de graça para depois pagarem por planos com acesso maior aos serviços mais top. Ela diz que as empresas terão a liberdade de escolher quais são seus serviços básicos, os planos, serviços e valores pagos, e assim ganharem.
Três pilares e cooperação de parceiros
A estratégia do novo projeto de Mark Zuckerberg tem três pilares: diminuir o custo, abaixar o uso de dados e aumentar a eficiência do acesso. Um exemplo simples dele foi que uma pessoa usava 14 MB de dados, em média, no aplicativo mobile do Facebook por dia. Logo após algumas alterações, caiu para 2 MB recentemente. Mas ele não quer todo o crédito.
“Gostaria de deixar claro: o Internet.org é uma grande união da indústria. O Facebook tem uma posição única, mas nenhuma companhia pode fazer isso sozinha. É uma parceria – envolvendo vários tipos de organizações”, completou.
Durante a apresentação, Zuckerberg falou do laboratório de testes de aplicativos que o Facebook disponibiliza para desenvolvedores em Menlo Park, do projeto de enviar uma série de gerentes para mercados internacionais e também criticou a política da Agência de Segurança Norte-Americana (NSA) em relação aos dados dos usuários. Mas o maior assunto do dia foi mesmo o Internet.org.
Outros assuntos e esclarecimento sobre o WhatsApp
Durante a apresentação, Zuckerberg falou do laboratório de testes de aplicativos que o Facebook disponibiliza para desenvolvedores em Menlo Park, do projeto de enviar uma série de gerentes para mercados internacionais e também criticou a política da Agência de Segurança Norte-Americana (NSA) em relação aos dados dos usuários. Mas o maior assunto do dia foi mesmo o Internet.org.
No fim do evento, Mark Zuckerberg ficou disponível para perguntas e respostas, que foram basicamente sobre estes mesmos assuntos. Entretanto, uma delas chamou atenção: sobre o WhatsApp. A dúvida era “antiga”: como o aplicativo ficará agora que acabou de ser adquirido pelo Facebook. A resposta foi simples e acabou de vez com qualquer rumor sobre o aplicativo. “O WhatsApp vai continuar operando de forma independente. Vai continuar sendo o mesmo. E ele não armazena dados. O que você manda para outra pessoa não é armazenado”.
O CEO do Facebook não perdeu a esportiva nem no final da conferência, quando perguntado se daria um novo lance para tentar levar o Snapchat. "Não. Bom, depois de gastar US$ 19 bilhões em um aplicativo, você provavelmente vai ficar quieto por algum tempo", disse, arrancando risos da plateia e encerrando, com chave de ouro, sua participação no MWC 2014.
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