O plenário do Senado aprovou nesta terça-feira
(22), por votação simbólica, o Projeto de Lei do Marco Civil da Internet. Após
momentos de embate entre governistas e oposicionistas, a redação final da
matéria foi aprovada sem alterações pela unanimidade dos senadores presentes. O
texto segue agora para sanção da presidenta Dilma Rousseff.
Um dos principais pontos do projeto a proteção
da neutralidade de rede está no Artigo 9º, que garante tratamento
isonômico para qualquer pacote de dados, sem que o acesso ao conteúdo dependa
do valor pago. A regra determina tratamento igual para todos os conteúdos que
trafegam na internet. Assim, os provedores ficam proibidos de discriminar
usuários conforme os serviços ou conteúdos que eles acessam –- cobrando mais,
por exemplo, de quem acessa vídeos ou aplicações de compartilhamento de
arquivos.
Outro ponto da proposta garante o direito dos
usuários à privacidade , especialmente à inviolabilidade e ao sigilo das
comunicações pela internet. O texto determina que as empresas desenvolvam
mecanismos para garantir, por exemplo, que os e-mails só serão lidos
pelos emissores e pelos destinatários da mensagem, nos moldes do que já é
previsto para as tradicionais cartas de papel.
O projeto também assegura proteção a dados pessoais e registros de conexão e coloca na ilegalidade a cooperação das empresas de internet com órgãos de informação estrangeiros. O objetivo é evitar casos de espionagem como o escândalo que envolveu a NSA, agência norte-americana de informações.
O projeto também assegura proteção a dados pessoais e registros de conexão e coloca na ilegalidade a cooperação das empresas de internet com órgãos de informação estrangeiros. O objetivo é evitar casos de espionagem como o escândalo que envolveu a NSA, agência norte-americana de informações.
O Artigo 19, que limita à Justiça a decisão sobre a
retirada de conteúdos, também está entre os principais pontos do projeto.
Atualmente, vários provedores tiram do ar textos, imagens e vídeos de páginas
que hospedam, a partir de simples notificações.
Os senadores oposicionistas reclamaram da votação
antecipada da matéria. Eles queriam discutir mais o assunto e chegaram a
apresentar emendas que foram rejeitadas em plenário. No fim, entretanto,
votaram a favor do texto final e comemoraram a aprovação do novo marco
regulatório. “Infelizmente, o rolo compressor [do governo] prevaleceu. Mas o
novo marco da internet é, sem dúvida, um avanço porque mantém a neutralidade da
rede, que é uma vitória de toda a sociedade”, disse o senador e presidente
nacional do PSDB, Aécio Neves (MG).
O líder do governo no Senado, Eduardo Braga
(PMDB-AM), disse que o Brasil dará exemplo ao mundo no que se refere à
regulação das relações na internet e ressaltou que a maioria dos países ainda
não têm leis tão “maduras” quanto a que foi aprovada no Congresso brasileiro.
Ele confirmou que a presidenta Dilma Rousseff deverá apresentar a nova
legislação no evento internacional sobre o assunto, NetMundial, que começa
amanhã (23), em São Paulo. “O encontro internacional será premiado com a grande
legislação que o Brasil oferecerá para o mundo amanhã”, disse o senador.
Braga admitiu que o texto ainda deverá passar por
ajustes, que serão tratados em uma medida provisória no futuro. Ela deverá
abordar os artigos 10º e 13, especialmente no que se refere a quais autoridades
terão permissão de acesso a dados pessoais dos usuários de internet.
agencia brasil
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