Bittar e Bocalom tentam isolar Sebastião Viana no debate da TV Gazeta
Ray Melo, da editoria de política de ac24horasraymelo.ac@gmail.com
Os candidatos ao governo do Acre Sebastião Viana (PT), Márcio Bittar (PSDB), Tião Bocalom (DEM) e Antônio Rocha (PSOL) participaram na noite desta segunda-feira, 29, do segundo debate entre os postulantes ao cargo de chefe do executivo a partir de 2015, promovido pela TV Gazeta/Rede Record.
Com relação ao primeiro debate ocorrido na TV Rio Branco, os candidatos de oposição mudaram a postura. Márcio Bittar (PSDB) e Tião Bocalom (DEM) fizeram um bate-bola nas primeiras perguntas que tratavam sobre Carga Tributária, Redução de Gastos e fiscalização, para tentar isolar o governador Sebastião Viana (PT), que teoricamente na frente na preferencia de votos, apenas assistiu aos adversários tecerem criticas a atual administração estadual.
Márcio Bittar e Bocalom centraram fogo nos problemas no sistema de saúde pública e no programa Ruas do Povo. O candidato tucano voltou a prometer abono e plano de saúde para os servidores da área. Bocalom alfinetou Sebastião Viana, por ser médico, relatando a espera para realização de exames e a fila para cirurgias nos hospitais da rede estadual de saúde.
A operação G7 – que levou secretários, empreiteiros e servidores da atual administração para cadeia voltou a ser lembrada pelos oposicionistas. Bittar disse que os acusados pegaram 48 dias de cadeia, mas teriam voltado aos cargos, após sair do presidio. Sebastião Viana pediu direito de resposta e acusou Bittar de ser funcionário fantasma no Amazonas, e usar um servidor como laranja. Candidato a reeleição, Sebastião disse que “Wolvenar é muito mais honrado” do que o tucano Bittar.
Atacado pelos adversários pelos problemas de violência, Sebastião Viana questionou Bocalom na questão do esquadrão da morte e atos de corrupção de administrações da oposição. O candidato petista voltou a afirmar que Bocalom faliu todos os empreendimentos que tentou administrar. Viana disse que Bocalom estaria tentando “vender terreno na lua”.
Os oposicionistas buscaram explorar os problemas da administração de Sebastião Viana. Eles apontaram uma diversidade de problemas que o Acre vive, mas a todo momento, Viana disse que os oposicionistas faziam ataques mentirosos, enquanto o candidato do PSOL, Antônio Rocha ficou apagado durante quase todo o debate, apenas assistindo o bate-boca.
A falta de fatos novos ficou evidente no penúltimo debate de TV. Uma das poucas novidades foi que Bocalom voltou a citar o município de Acrelândia, para questionar os índices do IDEB, no Estado, enquanto Bittar respondeu o questionamento prometendo a poupança jovem. Bocalom disse que vai implantar escolas de tempo integral e criar a universidade estadual.
Com quase a metade das intenções de votos (segundo as pesquisas) Sebastião Viana permaneceu na defensiva e tentou fazer com que os adversários criticassem administrações comandadas pela oposição. O petista tentou desequilibrar os adversários, criticando os salários da educação, nas administrações do prefeito Vagner Sales (PMDB), em Cruzeiro do Sul.
Bittar disse que estaria disputando o cargo de governador do Acre, não o de prefeito de Cruzeiro do Sul ou governador de outros estados citados por Viana. Bittar questionou que os petistas só consideravam as pessoas se elas estivessem apoiando suas administrações, citando críticas pessoas que Gladson Cameli teria recebido dos candidatos da FPA.
Rocha ousou e criticou todos os adversários
O candidato Antônio Rocha, que esteve apagado nos primeiros blocos, acordou no terceiro bloco. Ele fez criticas veladas ao governador Sebastião pelos ataques aos adversários. Rocha pediu que os eleitores refletissem sobre “homens de bem que se dilaceram em disputas políticas. Eleitor, não deixe se levar, como se a política fosse um carnaval”.
A estratégia de isolar Sebastião Viana, não permitiu que os candidatos de oposição colocassem o petista contra a parede. Mesmo fazendo de deforma repetitiva as perguntas sobre temas como saúde, segurança, educação, problemas técnicos das obras do Ruas do Povo e supostos atos de corrupção no governo, a fragilidade dos argumentos dos candidatos ficaram evidentes.
O histórico de supostos atos de violência e estupro, de membros do primeiro escalão também foi lembrado durante o debate. Sebastião Viana e Márcio Bittar trocaram acusações no final do terceiro bloco. Viana disse que Bittar é quem estaria acompanhado de pessoas que cometeram diversos crimes. O tucano e o petista também se alfinetaram por “pegadinhas” nas perguntas.
Os candidatos de oposição ainda tentaram colocar Sebastião Viana em uma situação desconfortável ao questionar o endividamento do Estado. Bocalom e Rocha pediram uma auditoria para saber qual o real valor da dívida contraída pela atual administração. Bocalom disse ainda que Viana teria quebrado a previdência do Estado, que teria uma dívida astronômica de R$ 7 bilhões.
Os candidatos Márcio Bittar, Tião Bocalom e Antônio Rocha apresentaram os seus discursos e suas propostas. Eles garantem que podem fazer uma gestão muito melhor do que Sebastião Viana. O atual governador não apresentou propostas. Viana fez o suficiente para se defender das investidas dos oposicionistas, destacando o trabalho que fez em sua administração.
As pessoas que esperavam que os candidatos de oposição tirassem alguma carta da manga e surpreendesse o líder das pesquisas, com algum fato novo, se decepcionaram. Os candidatos não conseguiram se aprofundar em suas propostas. O debate não diferiu dos demais, situação e oposição ocuparam grande parte do tempo que seria para apresentar propostas, trocando farpas.