Apesar de a oposição ter conquistado a segunda das três vagas no Senador Federal, o Estado poderá ficar sem um dos três senadores. O senador Sérgio Petecão (PSD) prometeu durante uma reunião, que vai embora do Acre, caso a Frente Popular, coligação comandada pelo PT ganhe a disputa do segundo turno pelo comando do governo na disputa eleitoral deste ano.
O senador Jorge Viana (PT) entrou na polêmica levantada por Petecão. O petista disse que ficou surpreso com as declarações “do meu colega de Senado. Eu o trato como colega, por respeito, mas foi a declaração mais infeliz da vida dele. Tomara que não esteja vinculada ao insucesso que ele tem tido uma eleição após a outro. Inclusive, nesta que ele não conseguiu eleger ninguém”, ressalta.
A coligação de Sebastião Viana (PT) pode ter jogado baixo ao usar o horário eleitoral para expor uma gravação que pode ter sido feita sem autorização judicial, mas expõe Petecão, que nos bastidores é visto como um político que trabalha apenas para atender seus interesses particulares. Ele tentou eleger a esposa como deputada federal, que ficou na suplência.
A gravação de áudio teria sido feita em uma reunião para traçar estratégias para disputa do segundo turno das eleições para o governo do Acre. “… eu acho que esta eleição, ela não é uma eleição. Essa é a eleição. Eu sinceramente. Eu já disse para alguns: se o PT ganhar, quem vai embora sou eu. Não dá mais, não tem sentido, se vai renovar tudo de novo”, diz Petecão.
O parlamentar que passou longos anos na Frente Popular, apoiando os governos petistas, prossegue o relato informando que já teria 50 anos, que não teria sentido esperar mais 20 anos, com o PT no poder. “Eu vou ter que partir. É que parece brincadeira, mas é muito sério isso”, finaliza Petecão na gravação de áudio que vem sendo explorada pelo PT nas inserções de TV.
Procurado pela reportagem, o senador Petecão afirma que foram assessores do PT que participaram da reunião com o único objetivo de atingi-lo. Ele destaca que a reunião teria acontecido na sede da Fameta. “Falei numa roda de debate com a militância. Tem muita gente que pensa desta mesma forma que, se o PT ganhar é melhor ir embora do Acre. É muita perseguição”, enfatiza.
Sem esconder sua opinião sobre os líderes petistas, Petecão diz que gravar pessoas é uma prática comum dos líderes petistas. “Eles proíbem até celular em suas reuniões, porque sentem medo do próprio veneno. Muitas pessoas estão pensando exatamente em fugir desta ditadura. Muita gente que não aguenta mais tanta perseguição e tanta roubalheira”, finaliza Petecão.
Jorge Viana não poupou as críticas a Petecão. “Como é que um senador que tem mais quatro anos de mandato, pode fazer uma ameaça destas ao eleitor, que se a eleição não sair como ele quer vai embora do Acre?”, questiona Viana ao lembrar que Petecão teve sucesso na política, na época de seu governo, quando foi presidente da Aleac nos oito anos de mandato de Viana no governo do Acre.
A oposição não escapou das observações do cardeal petista. “Eu acho que ele, que conhece bem a oposição, deveria estar preocupado não se a oposição perder, mas se ela ganhar. O Acre não aguenta um governo ruim. Estamos em processo de reconstrução do que foi destruído nas administrações oposicionistas. A preocupação dele deveria ser se a oposição ganhasse. A formiga sabe a folha que corta, ele sabe do lado que está. Ele sabe que este pessoal da oposição é perigoso e quer fazer o Acre em retalhos”, destaca.
O parlamentar evitou fazer comentários sobre os assessores petistas infiltrados nas reuniões da oposição. “Não posso fazer juízo sobre pessoas infiltradas, a gravação mostra a voz dele. Ele poderia se retratar com o povo acreano sobre a ameaça de abandonar o Acre, que é antidemocrática. Ele é um acreano contemporâneo, precisa ter mais humildade e se somar aos políticos que queiram ajudar o Acre, independente de ser situação ou oposição. O Petecão não pode impor sua vontade ao eleitor. Eu estou na campanha como militante, pedindo votos na esquinas, mas o eleitor é quem decide em quem vota. Nós devemos estar dispostos a aceitar o resultado das urnas”, finaliza Jorge Viana.
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