A novela da troca de acusação entre os líderes de partidos de oposição no Acre poderá ganhar novos capítulos. O coordenado de campanha de Márcio Bittar (PSDB), Marcelli Tomé, encaminhou nota à redação de ac24horas, questionando as declarações do prefeito de Cruzeiro do Sul, Vagner Sales (PMDB). O peemedebista disse que Bittar foi ingrato ao afirmar que Gladson Cameli (PP) cruzou os braços na disputa do segundo turno das eleições do ano passado.
Segundo o candidato derrotado, Márcio Bittar, “quem cruzou os braços tinha seus motivos, geralmente negócios de família com o governo do PT. Não sou a palmatória do mundo, mas a verdadeira oposição no Acre precisa avaliar até que ponto deve continuar sacrificando milhares em nome de algumas pessoas, que precisam ganhar um pouco mais de dinheiro”, disse o tucano em artigo publicado nos veículos de comunicação, ao questionar Gladson Cameli (PP).
Em defesa de Cameli, o prefeito Vagner Sales retrucou o tucano: “Olha, Márcio Bittar é um ingrato. Gladson pagou toda campanha dele é do Márcio. Gladson bancou do avião que rodava com os dois em todo estado até dispensas com candidatos a deputado estadual e federal”. A confusão surgiu após a retirada da assinatura do deputado Nicolau Júnior (PP), do requerimento para criação de uma CPI para investigar os gastos do governo com as obras da BR-364.
O coordenado de campanha de Márcio Bittar (PSDB), Marceli Tomé, acredita que estaria faltando alguns esclarecimentos das pessoas que cuidaram da parte financeira das campanhas. Ele afirma que a intenção não é afrontar Vagner Sales, “um aliado de primeiro momento na disputa pela prefeitura de Cruzeiro do Sul, mas trazer luz aos fatos e esclarecimento de quem gastou com a campanha eleitoral em cada um dos municípios.
Abaixo, a íntegra da nota:
Sobre a questão levantada pelo Prefeito Vagner Sales, gostaria de esclarecer alguns fatos, enquanto Coordenador Geral de campanha do Marcio Bittar a Governador. Suponho que seja falta de informação do nosso prefeito quando afirma a “ingratidão” de Márcio Bittar. As afirmações que Gladson Cameli bancou a campanha dele e de Márcio Bittar são inverídicas. Márcio Bittar andou sim no avião do candidato Gladson Cameli, porém vários outros custos que eram relativos aos dois candidatos foram bancados por Márcio Bittar, tais como: Comitê de Rio Branco, estruturas em alguns municípios, eventos grandes em Rio Branco, eventos em municípios, carreatas.
Várias foram as minhas reuniões com o coordenador de campanha do Gladson Cameli para fazer acertos de custos. Portanto não procede a afirmação do prefeito , assim como também a afirmação em redes sociais do Deputado Nicolau Jr e de alguns assessores que disseram que Márcio Bittar “cuspiu no prato que comeu”. É importante esclarecer a verdade, os custos que diziam respeito aos dois candidatos eram divididos e beneficiavam os dois.
Quanto a afirmação sobre “cruzamento de braços” no segundo turno, ela é totalmente amparada em testemunhas que participaram da campanha no Vale do Juruá, sendo que as mesmas afirmaram que realmente existiu a desmobilização das estruturas no segundo turno, levando a crer que o comprometimento era apenas com projetos pessoais e não com o projeto de oposição que culminava com a eleição de Governador.
Estranho o Prefeito Vagner Sales, o Deputado Nicolau Jr e seus assessores falarem em falta de capacidade de voto de Márcio Bittar, pois em 2006, quando foi candidato a Governador, sem certos apoios, ele ganhou em vários municípios do Juruá, inclusive em Cruzeiro do Sul. Estranho também se falar da falta de capacidade de votos de Marcio Bittar, sendo que ele foi um dos mais votados nos municípios do Juruá na eleição de Deputado Federal em 2010, sendo inclusive campeão de votos em alguns municípios.
O mais estranho de tudo isso é que, em 2014, Márcio Bittar foi o mais votado em alguns municípios do Alto Acre, empatou em Rio Branco e perdeu em todos os municípios do Vale do Juruá, mesmo com todas as forças políticas de prestígio “ao seu lado” no segundo turno.
Marcelli Tomé
Coordenador Geral da Campanha de Governador Márcio Bittal 2014.
Da redação de ac24horas
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