Cerca de 40 diretores de escolas públicas do Acre se reuniram na manhã desta quinta-feira, 30 de julho, na sede da Secretaria de Estado de Educação e Esportes (SEE), para anunciar que o Conselho do grupo pretende sentar à mesa de negociações entre os servidores e o governo estadual. A imprensa foi convocada para o anúncio das novas medidas.
Os gestores educacionais repudiaram a forma como vêm sendo tratadas as negociações e afirmam querer viabilizar resultados positivos. Representante do grupo, a professora Jacirlene Castro, pediu que fossem anistiadas as faltas dos servidores em greve e que a SEE se mantivesse sempre disposta à negociação com a categoria.
“Nós já temos uma perda grande. Ainda que nós façamos uma reposição, nós sabemos que não será um ano comum. O Sinteac nos representa, mas não nos sentimos representados por essa forma de fazer a greve. Nós reivindicamos. Isso é justo. É esse o pedido que fizemos à Secretaria de Educação: que possamos estar juntos. Temos muitos diretores que estão se sentindo ameaçados”, afirma a gestora.
De acordo com a professora, o pedido do Conselho dos Diretores é que “volte o diálogo”, explicou ao afirmar que não querem “o medo”, nem que as negociações possam “retroagir”.
Em entrevista, o secretário de Educação e Esporte, Marco Brandão, disse que “essa movimentação feita pelo Codep é uma movimentação propícia para a manutenção do diálogo, sem ofensas nem ao governador, à minha pessoa, ou ao diretor de uma escola. Nós recebemos aqui, e entendemos como legítimo o Codep. Sempre o governo esteve aberto às negociações. Essa é uma movimentação oportuna que resgata isso que está faltando hoje: a manutenção do respeito, do diálogo e respeito ao contraditório sem ofensas à dignidade das pessoas”, ressaltou o secretário.
Sobre o que mudaria com a inserção do Conselho no ambiente de negociações, o secretário disse entender que “podem haver divergências, que os interesses são legítimos, mas a forma como esses interesses são apresentados. Se o Codep vier tomar frente das negociações, será tratado com o Codep”, mas retrucou questionamentos sobre o Sinteac não aceitar a interferência dos diretores de escolas.
Ainda segundo o secretário, não existem dados sobre a quantidade de alunos que estariam fora da sala de aula. De qualquer forma, Brandão esclareceu que apenas 7% das escolas estão de portas fechadas e que tem havido prejuízo, principalmente, aos estudantes do 3º ano do Ensino Médio, que devem, nos próximos meses, realizar a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM).
João Renato Jácome| Rio Branco (AC)