Desafetos declarados, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), passaram pelo constrangimento de se sentarem lado a lado nesta segunda-feira (1º) no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) na sessão que marcou o início dos trabalhos do Judiciário em 2016.
Antes da sessão, Eduardo Cunha tentou evitar o constrangimento de se sentar ao lado do autor do pedido de seu afastamento da Câmara dos Deputados, apurou a produtora da TV Globo Mariana Oliveira.
O cerimonial da Câmara solicitou ao cerimonial do tribunal que Cunha ficasse posicionado à esquerda do presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski. A alegação da assessoria do peemedebista era de que, com a ausência da presidente Dilma Rousseff e do vice Michel Temer à sessão, ele estaria representando a Presidência da República, sendo o segundo na linha de sucessão.
Ainda de acordo com o cerimonial da Câmara, pela Constituição, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, não poderia representar a chefe do Executivo na ocasião solene. Com isso, argumentou a assessoria de Cunha, caberia ao presidente da Câmara se sentar no lugar reservado à presidente da República.
No entanto, o cerimonial do Supremo não aceitou os argumentos da Câmara, determinando que Cunha ficasse sentado à esquerda de Janot. A assessoria do Supremo ressaltou ainda que Dilma enviou um fax ao tribunal informando que ela seria representada na sessão pelo ministro da Justiça.
De acordo com o Palácio do Planalto, Eduardo Cunha não está no exercício da Presidência da República para poder representar Dilma na cerimônia.
O desconforto entre Cunha e Janot ficou ainda mais nítido quando Janot ignorou o peemedebista em seus cumprimentos às autoridades presentes.
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