Ministro da Defesa do governo interino de Michel Temer, Raul Jungmann afirmou que, "no Brasil, a saída das crises é pela mão da política, via Congresso, ou então tem retrocesso"; "Desde a saída de D. Pedro (imperador do Brasil), que foi costurada por dentro do Congresso da época, chegando à saída do ciclo militar e à saída do Collor, todas foram produzidas essencialmente dentro do Congresso. O problema é que o Congresso hoje é um Congresso, em parte, de réus", disse; na avaliação dele, "se há inteligência no Congresso, e eu acho que há, todos sabem que chegou ao fundo do poço"; “Político que enriquece na política só tem um jeito: roubou"
28 DE MAIO DE 2016 ÀS 17:04
247 - "No Brasil, a saída das crises é pela mão da política, via Congresso, ou então tem retrocesso. Desde a saída de D. Pedro (imperador do Brasil), que foi costurada por dentro do Congresso da época, chegando à saída do ciclo militar e à saída do Collor, todas foram produzidas essencialmente dentro do Congresso. O problema é que o Congresso hoje é um Congresso, em parte, de réus", avalia o ministro da Defesa, Raul Jungmann. Para o ministro, “político que enriquece na política só tem um jeito: roubou. Eu estou dizendo isso aqui, gravado”.
Questionado sobre como se governa com um "Congresso de réus", o ministro do governo interino, Michel Temer, afirmou que, "se há inteligência no Congresso, e eu acho que há, todos sabem que chegou ao fundo do poço". "Todos sabem. E essa baixa representatividade, esses descolamento que existe, ele é um convite a salvadores da pátria, a profetas, a descaminhos. É só olhar a história dos países vizinhos, e mesma a nossa história. As lições estão todas lá", disse ele durante entrevista ao Estadão.
Conforme uma das gravações, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) propõe uma articulação para “estancar a sangria” da Lava Jato. Ao comentar sore o teor da conversa, Jungmann disse que não daria uma resposta dirigida ao ministro Jucá, porque não quer prejulgá-lo. "É muito simples: não cabe sufocar, inibir, atrapalhar, desviar, paralisar, evitar o andamento da Lava Jato", acrescentou. Para o ministro, “político que enriquece na política só tem um jeito: roubou. Eu estou dizendo isso aqui, gravado”.
Acusações
Em 2006, o ministro já foi denunciado pelo Ministério Público Federal, em duas ações por improbidade administrativa, uma cível e outra penal, supostamente cometida quando era ministro da Reforma Agrária do governo Fernando Henrique Cardoso. Jungman afirmou que "a penal já foi definitivamente arquivada, em 8 de novembro de 2011, a pedido do próprio Ministério Público, que não viu solidez na acusação".
Outra ação, a cível, continua tramitando, seja na primeira instância, onde está suspensa, seja no Supremo Tribunal Federal, a quem o ministro recorreu pedindo prerrogativa de foro - neste caso, o relator atual é o ministro Dias Tofolli.
O ministro disse que "faz quase dez anos que está no Supremo, já passou por cinco relatores, sem uma decisão. A pior injustiça é não ter um julgamento da Justiça". "Fiquei refém dessa morosidade. Aguardo a decisão – e espero que tenha o mesmo fim da ação penal: o arquivamento, por ausência de qualquer irregularidade ou prejuízo ao erário. Mas cabe à justiça decidir", complementou.
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