Depois de derrubar a presidente Dilma Rousseff e instalar Michel Temer no Palácio do Planalto, a Globo agora descobre que o chamado "petrolão" seria um consórcio entre PT e PMDB; portanto, é chegada a hora de voltar todas as baterias contra os coronéis do partido, presidido por Temer, que fizeram o impeachment para "estancar essa sangria"; reportagem de Época deste fim de semana denuncia o "operador do PMDB", no mesmo momento em que o Supremo Tribunal Federal autoriza a abertura de um procedimento investigativo contra Temer; se ele vier a ser derrubado em 2016, eleições diretas; se isso acontecer em 2017, eleições indiretas comandadas pelo atual Congresso
247 – Consumada a primeira etapa do golpe de 2016, com a derrubada da presidente Dilma Rousseff, é a vez de apontar os canhões para Michel Temer.
É isso o que faz a revista Época, da Globo, em sua capa deste fim de semana, que descobre que o chamado "petrolão" não é obra do PT, mas de um consórcio integrado também pelo PMDB, que era presidido por Temer.
Ao noticiar a Operação Arquivo X, que prendeu Guido Mantega em razão da transferência de R$ 5 milhões, por parte do grupo EBX, à empresa Pólis, de João Santana, Época lembra que outros R$ 7,5 milhões teriam sido transferidos pela Mendes Júnior, ao lobista João Augusto Henriques, que seria ligado a Michel Temer e outros dirigentes do PMDB.
Em outra reportagem na mesma edição, Época aponta para Milton Lyra, que seria o operador do PMDB no Senado.
Tudo isso acontece no mesmo momento em que o Supremo Tribunal Federal autoriza a abertura de um procedimento investigativo contra Temer (saiba maisaqui).
Se ele vier a ser derrubado em 2016, haverá eleições diretas no País.
Se isso acontecer em 2017, eleições indiretas comandadas pelo atual Congresso.
Em delação premiada, Delcídio Amaral afirma que Henriques é apadrinhado de Temer. Leia mais abaixo:
Delcídio afirma que Temer chancelou a indicação de ex-diretores da Petrobras
André Richter - Repórter da Agência Brasil
O senador Delcídio do Amaral (MS) disse em depoimento de delação premiada que o vice-presidente da República, Michel Temer, chancelou a indicação de dois ex-diretores da Petrobras que foram condenados na Operação Lava Jato. Segundo o senador, Temer era “padrinho” de João Augusto Henriques, ex-diretor da BR Distribuidora, subsidiária da estatal, e de Jorge Zelada, ex-diretor da Área Internacional da Petrobras.
Em nota, a Vice-Presidência da República rebateu as declarações de Delcídio, que pediu hoje desfiliação do PT. "Michel Temer nunca foi padrinho de João Augusto Henriques. A indicação do nome dele para ocupar cargo na Petrobras foi feita pela bancada do PMDB na Câmara dos Deputados, assim como a de Jorge Zelada, posteriormente".
De acordo com depoimento de Delcídio, tomado no dia 11 de fevereiro pela Procuradoria-Geral da República (PGR), Henriques foi o principal operador de “um dos maiores escândalos envolvendo a BR Distribuidora”, envolvendo uma suposta aquisição ilícita de etanol, entre 1997 e 2000, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
“Delcídio do Amaral sabe que um dos maiores escândalos envolvendo a BR Distribuidora foi a aquisição ilícita de etanol no período de 1997 a 2000. O principal operador desse esquema foi João Augusto Henriques (ex-diretor da BR Distribuidora), e atualmente preso por ordem judicial da 13ª Vara Federal da Subseção Judiciaria de Curitiba. A ilicitude ocorreu durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. O “padrinho” de João Henriques no esquema do etanol foi Michel Temer, atual vice-presidente da República. A relação entre João Henriques e Michel é antiga e explica a sucessão de Nestor Cerveró na Diretoria Internacional da Petrobras. João Augusto foi o primeiro indicado para essa diretoria para substituir Cerveró, entretanto foi vetado pessoalmente por Dilma Rousseff, substituído por Jorge Zelada, indicação do próprio João Augusto”, diz um dos documentos anexados à delação.
Sobre Jorge Zelada, o senador declarou que Temer teve “grande influência” na substituição de Nestor Cerveró, outro ex-diretor investigado e preso na Lava Jato, por Zelada.
O trecho da delação de Delcídio que menciona Temer é o seguinte:
“Que tais diretores ajudavam as empresas e os partidos recebiam "doações" das empresas em troca; Que, por volta de 2007, era necessário votar no Congresso a CPMF; Que a CPMF havia sido aprovada na Câmara e rejeitada no Senado; Que o PMDB da Câmara condicionou a aprovação da CMPF a eles indicarem o diretor da Diretoria Internacional; Que o PMDB do Senado aceitou passar a Diretoria Internacional para o PMDB da Câmara; Que o nome do PMDB era João augusto Rezende Henriques, que era muito ligado a Michel Temer; Que o nome de Henriques foi avalizado por Michel Temer; Que, no entanto, o nome de João Augusto Rezende foi vetado por Dilma Rousseff (então ministra Chefe da Casa Civil), em razão de ele ter problema no Tribunal de Contas; Que João Augusto Rezende Henriques indicou Jorge Zelada; Que Jorge Zelada foi chancelado por Michel Temer e a bancada do PMDB na Câmara”.