Na tribuna, senadora disse que expulsão pelas mãos do atual presidente do PMDB é 'atestado de boa conduta'. Segundo assessoria de Jucá, o que o PMDB tinha a falar foi dito pelo Conselho de Ética.
Em discurso na tribuna do Senado, Kátia Abreu atacou a cúpula do PMDB (Foto: Waldemir Barreto, Agência Senado)
Expulsa do PMDB na semana passada por decisão do Conselho de Ética do partido, a senadora Kátia Abreu (sem partido-TO) subiu nesta quarta-feira (29) à tribuna do Senado para criticar duramente a atual direção peemedebista, em especial o presidente da legenda, senador Romero Jucá (PMDB-RR). Diante dos olhares do colegas do parlamento, Kátia Abreu chamou Jucá de "canalha, crápula e ladrão de vidas" ao longo do discurso de cerca de dez minutos.
A assessoria de Jucá disse ao G1, após o discurso de Kátia Abreu, que o que o PMDB tem a falar já foi dito pelo Conselho de Ética do partido.
Na última quinta (23), o Conselho de Ética do PMDB decidiu, por unanimidade, expulsar a senadora do Tocantins do partido e cancelar a filiação partidária dela.
As acusações contra o presidente do PMDB surgiram quando o senador João Alberto (PMDB-MA), que presidia a sessão do Senado no início da tarde, informou que o tempo da senadora havia se esgotado e não havia espaços para apartes de colegas que queriam prestar solidariedade a Kátia Abreu.
“Eu tenho certeza de que, se fosse aqui Romero Jucá, esse canalha, esse crápula do Brasil, esse ladrão de vidas e almas alheias, o senhor [João Alberto] teria sido mais condescendente [em relação ao tempo]”, disparou a senadora.
Ao final da fala da senadora, João Alberto lamentou as críticas dela contra a interrupção do pronunciamento e disse que estava seguindo o regimento do Senado.
Conselho de Ética
O Conselho de Ética peemedebista entendeu que houve falta de decoro e insurgência por parte de Kátia Abreu contra o partido. A senadora foi acusada de ter violado o Código de Ética e Fidelidade Partidária e o Estatuto da sigla.
A expulsão de Kátia Abreu do PMDB é assunto desde setembro do ano passado, depois que ela votou contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
Por Gustavo Garcia, G1, Brasília