A proposta de reforma da Previdência está "muito longe" dos 308 votos necessários para ser aprovada na Câmara dos Deputados, disse nesta quinta-feira o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ); Falando a jornalistas após um evento em São Paulo, Maia disse que não tem como definir uma data para votar a matéria justamente por não haver o apoio necessário para sua aprovação; "A gente está tentando construir o texto em cima dos 308 votos. Mas a gente sabe que estamos muito longe disso ainda. Muito longe mesmo, infelizmente", disse Maia, que se esquivou ainda de fazer previsões sobre quando a matéria poderá ser votada no plenário da Câmara
SÃO PAULO (Reuters) - A proposta de reforma da Previdência está "muito longe" dos 308 votos necessários para ser aprovada na Câmara dos Deputados, disse nesta quinta-feira o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Falando a jornalistas após um evento em São Paulo, Maia disse que não tem como definir uma data para votar a matéria justamente por não haver o apoio necessário para sua aprovação.
"A gente está tentando construir o texto em cima dos 308 votos. Mas a gente sabe que estamos muito longe disso ainda. Muito longe mesmo, infelizmente", disse Maia, que se esquivou ainda de fazer previsões sobre quando a matéria poderá ser votada no plenário da Câmara.
"Se conseguir, vamos votar neste ano. Eu não posso dar data, porque não tem voto. Eu só vou marcar a data se nós tivermos os votos. Não sei quando é a data."
Maia voltou a defender a necessidade da reforma, afirmando que ela garantirá recursos futuros para áreas como educação, saúde e segurança, e criticou a comunicação feita pelo governo do presidente Michel Temer sobre a medida.
"Essa comunicação foi mal feita no início e, de alguma forma, ela contaminou a votação neste momento", avaliou. "É a última oportunidade que a gente vai ter no Brasil de fazer uma reforma sem ter que cortar salários e aposentadorias."
Maia disse que mesmo a versão enxuta da reforma, apresentada na semana passada pelo relator da matéria, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), enfrenta resistência de parlamentares de partidos que compõem a base de sustentação a Temer e também fez a avaliação de que as propostas de mudanças no texto defendidas pelo PSDB inviabilizam a proposta.
"Aquelas três propostas inviabilizam a votação, são mais de 100 bilhões de perdas do ajuste fiscal", criticou.
O presidente da Câmara, que defendeu que reforma seja aprovada com "urgência", também se declarou "realista" em relação às chances de as mudanças serem aprovadas pelos parlamentares.
Para ele, o placar da votação da noite de quarta-feira em que os deputados aprovaram medida provisória que amplia alcance do Repetro para indústria petroleira, indica que a base aliada de Temer não está preparada para a votação das alterações na legislação previdenciárias.
"A base do governo, em uma matéria que é importante e que não tem tanta polêmica assim --a oposição colocou uma polêmica que não existe-- você ter ganho de 208 a 184 é uma demonstração que a base não está articulada da forma que a gente precisa para votar a reforma da Previdência", afirmou Maia, que disse estar "pessoalmente empenhado" em obter votos para aprovar a reforma.
Para ser promulgada, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência precisa dos votos de pelo menos 308 dos 513 deputados em dois turnos de votação e, posteriormente, de 49 dos 81 senadores também em dois turnos de votação.
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