Por Fábio Pontes
Passados mais de 20 anos após o último ocupante do Palácio Rio Branco ter nascido no interior, com o sul-cruzeirense Orleir Cameli, o Acre pode ter, mais uma vez, um governador vindo do interior do estado a partir de 2019.
Dos quatro candidatos ao governo confirmados até aqui, três são naturais do interior. O senador Gladson Cameli (PP) e o coronel Ulysses Araújo (PSL) nasceram em Cruzeiro do Sul.
A candidata pela Rede, Janaína Furtado, é de Tarauacá, onde exerce o mandato de vereadora. Assim como Cruzeiro do Sul, Tarauacá já teve um de seus cidadãos na cadeira de governador.
No início da década de 1980, o tarauacaense Nabor Júnior (MDB) era eleito governador após duas décadas de de seus antecessores serem indicados pelos generais de Brasília.
O único candidato “outside” deste grupo é o petista Marcus Alexandre, natural de Ribeirão Preto, interior de São Paulo.
Essa não é a primeira vez que o PT tenta eleger um não-acreano para o Palácio Rio Branco. O primeiro eleito foi Binho Marques, também do interior paulista.
Binho, no entanto, cresceu e formou sua vida no estado. Marcus Alexandre desembarcou por aqui em 1999, para trabalhar nos governos petistas que se iniciavam à época.
Por muitas eleições o vianismo usou o discurso bairrista para enfraquecer seus adversários (como o paulista Márcio Bittar e o paranaense Tião Bocalom), afirmando que não-nativos não poderiam governar o Acre, por não terem a mesma dedicação de um acreano ou acriano.