Um dos casos mais famosos de pirâmide no Brasil foi o da Telexfree, que no início dos anos 2010 teria levantado quase US$ 1 bilhão com promessas de rápido retorno financeiro, sob a fachada de uma provedora de telefonia via internet (Voip). Um dos maiores divulgadores do esquema, Clair Berti, conhecido como Yatri, alegou na época ter ganhado mais de R$ 4 milhões.
Hoje, ele responde a processo na Justiça de Santa Catarina por crime contra a economia popular. Ainda assim, nos anos seguintes se envolveu em outros casos denunciados pelas autoridades, como a BBOM (de rastreadores automotivos), Frutos da Terra (de imóveis), WCM77 (de armazenagem em nuvem) e agora faz propaganda da companhia 18k, do ex-jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho, que está sob análise da CVM após recebimento de denúncia.
“Eu trabalho com marketing multinível há 25 anos. No Brasil não existe regulamentação disso. As pirâmides financeiras só vão parar quando houver regulamentação do marketing multinível”, disse Berti ao Valor.
A Justiça Federal do Espírito Santo aceitou denúncia contra 22 envolvidos no caso da Telexfree (nome fantasia da Ympactus Comercial) por funcionamento clandestino de instituição financeira, pirâmide e sonegação, incluindo os sócios Carlos Costa e Carlos Wanzeler. O advogado da empresa, Rafael Lima, diz que não houve crime. “Ficou provado que o serviço existia e não era clandestino. Não tinha autorização da Anatel [Agência Nacional de Telecomunicações] porque não precisava, a sede era nos EUA.” A Justiça do Acre, Estado onde cerca de 70 mil pessoas fizeram parte da jogada, determinou pagamento de R$ 3 milhões por danos coletivos.
Com informações do Valor Econômico
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