Engenheiros da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) desenvolveram um ventilador pulmonar para uso em emergências, que pode ser produzido em até duas horas e é 15 vezes mais barato dos que os aparelhos disponíveis no mercado.
No dia 20 de março, um grupo de grupo de aproximadamente 40 pessoas, entre engenheiros biomédicos, mecânicos, mecatrônicos, eletrônicos e de produção, estudantes e representantes da iniciativa privada, se articulou no desenvolvimento do respirador, batizado de “Inspire”, para suprir uma possível demanda do equipamento hospitalar durante a pandemia do coronavírus.
A proposta do grupo era a criação de um ventilador pulmonar de baixo custo, com tecnologia e componentes nacionais. O resultado é um equipamento produzido com mais rapidez e menor custo.
“Buscamos montar um equipamento que pudesse utilizar ao máximo componentes que já existem no mercado brasileiro, não dependendo muito de importação, e que pudéssemos acionar os fabricantes para aumentar sua produção”, explicou o professor Raul González Lima, especialista em Engenharia Biomédica e um dos coordenadores do projeto.
O tempo total de fabricação é inferior a duas horas e o custo estimado do aparelho será de R$ 1 mil reais – o ventilador mais barato no mercado custa R$ 15 mil, de acordo com a USP. “Nós gostaríamos que a indústria nacional se desenvolvesse e exportasse as tecnologias que possuem para muitos países”, continuou o pesquisador.
O protótipo está pronto e agora está sendo testado e produzido no laboratório. A expectativa é a de que eles estejam disponíveis para os hospitais em meados de abril, quando deve ocorrer o pico de casos de coronavírus no estado de São Paulo.
O ventilador pulmonar desenvolvido pela Poli-USP é mecânico, para ser utilizado em emergências, pois a equipe considerou uma eventual falta de linhas de ar comprimido nos leitos de hospital, o que tornaria necessário o bombeamento de ar para o paciente.
Segundo o pesquisador Raul González Lima, a Poli-USP é responsável pelo projeto, mas não pela fabricação, que deverá ser feita por empresas com autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O projeto tem licença aberta para os interessados em produzir o ventilador.
G1
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