No primeiro semestre deste ano já foram mais de 73 mil registros de novas armas concedidos pela Polícia Federal no Brasil. No mesmo período subiu a violência letal
28 de julho de 2020, 07:29 h Atualizado em 28 de julho de 2020, 08:40
Registro de armas e homicídios sobem juntos no Brasil (Foto: REUTERS/Diego Vara)
247 - O número de registros de armas concedidos pela Polícia Federal aumentou pelo menos 205% no primeiro semestre deste ano (73.996) em comparação com o mesmo período do ano passado (24.236). Pesquisadores atribuem este crescimento às portarias aos decretos assinados por Jair Bolsonaro, para facilitar o acesso a armas de fogo. Os relatos foram publicados no jornal El País.
Junto com o aumento no número de registros, subiu a violência letal. O aumento foi de 7% nos homicídios no Brasil nos cinco primeiros meses do ano, puxada principalmente pelos Estados do Nordeste, segundo levantamento do Monitor da Violência, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública em parceria com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e com o portal G1.
A pesquisa sobre os homicídios, que utiliza dados oficiais das Secretarias de Segurança Estaduais e do Distrito Federal, apontou que a quantidade de mortes violentas passou de 18.120 para 19.382 no período de janeiro a maio.
De acordo com Isabel Seixas de Figueiredo, consultora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, "não é possível cravar nesse caso que existe uma relação entre o aumento no número de armas registradas e homicídios, porque é um fenômeno ainda recente, e o homicídio é um fenômeno multicausal".
A estudiosa afirmou, ainda, que armas compradas e registradas legalmente podem ir para o crime organizado. "Entre 30% e 40% das armas apreendidas pela polícia com criminosos foram compradas originalmente por pessoas sem ligação com o crime, e que depois venderam este armamento ou foram roubadas".
FONTE: BRASIL247.COM