Colunista Aldo Fornazieri afirma que a esquerda saiu derrotada das eleições municipais e faz um alerta: "Se Bolsonaro chegar muito enfraquecido em 2022, o que é uma possibilidade, dificilmente a frente progressista se formará. Mas se ele chegar forte, será um imperativo formar a frente"
30 de novembro de 2020, 08:17 h Atualizado em 30 de novembro de 2020, 11:20
20(Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil | GOVSP | Secom)
As esquerdas saíram derrotadas das eleições municipais de 2020, mesmo com o crescimento do PSOL e o bom desempenho de Boulos no segundo turno em São Paulo. Não se pode torcer números para mascarar derrotas. Em termos efetivos, é preciso contar o número e a importância das prefeituras conquistadas e perdidas. Prefeituras constituem poder real por quatro anos. Votos de derrotados não são ativos estocáveis para eleições seguintes. Então, vitória é vitória e derrota é derrota. Para além disso, é pós-verdade. A análise precisa ser realista, por dolorida que possa ser. Mascarar derrotas consiste em persistir no erro e não corrigir rumos.
O PSOL obteve uma importante vitória em Belém, mas venceu em poucas prefeituras e também não elegeu grande número de vereadores. O PCdoB, além de não vencer em Porto Alegre, teve o grupo de Flávio Dino derrotado em São Luís. O PT foi o partido que mais perdeu – 71 prefeituras em relação a 2016. Foi pior mesmo do que aquele ano, quando o partido estava no foco da Lava Jato e do impeachment. Agora não venceu em nenhuma capital. As esquerdas, em geral, erraram muito no último período, mesmo com os desastres dos governos Temer e Bolsonaro. As esquerdas não se organizaram na base, levantaram bandeiras equivocadas e enfrentaram Bolsonaro de forma errada, como apontamos em sucessivos artigos. Estas eleições municipais ofereceram aos partidos de esquerda, principalmente ao PT, a ocasião da recuperação. Mas não souberam aproveitar.
Em São Paulo, em que pese o PT ter recuperado Diadema e Mauá, elegeu apenas quatro prefeitos – inadmissível no maior colégio eleitoral do país. O que resta às direções nacional e estadual do PT é colocar os cargos à disposição ou convocar um congresso partidário imediatamente para reorganizar o partido. Não é admissível que um partido que alcançou a importância que o PT atingiu seja destruído lentamente por direções burocráticas e incompetentes. O PT é um patrimônio do povo e precisa ser resgatado por uma direção comp
fonte: brasil247.com