Luciano Tavares, do Notícias da Hora 27 Julho 2021
Estressado com a confusão e atraso no pagamento dos salários dos trabalhadores da Maia e Pimentel, o governador do Acre, Gladson Cameli, ligou para o diretor da Casa Civil, Paulo Justino, o Paulinho, ex-secretário adjunto de Saúde do Estado e deu-lhe um carão e tanto. Cameli chutou o pau da barraca, conforme mostra um vídeo que circula nas redes sociais.
Gladson aparace sentado na calçada na frente de sua casa, em Cruzeiro do Sul, nesta segunda-feira (26), cercado de trabalhadores da Maia e Pimentel, empresa que presta serviço para diversos setores do Estado como a maternidade do Juruá. Há dois meses eles não recebem seus salários.
Em ligação telefônica no modo viva-voz, Cameli irritadíssimo com a situação, pergunta por que os trabalhadores estão sem receber
"Estou com minha bunda sentada aqui no viva-voz com a bunda sentada no meio de um Sol quente com os funcionários da Maia e Pimentel que trabalham na maternidade que não estavam recebendo. Por que que não estavam pagando esse pessoal das terceirizadas, Paulinho?
Por que vocês não cancelaram esses contratos e chamaram outras? Vocês já esqueceram que isso está sobrando só pro meu rabo? O que está acontecendo aqui é todo dia um problema com essa daí. E eu quero saber por que isso está acontecendo, está continuando. Quantas vezes eu chamei você e o Alysson para que isso não acontecesse, que eu não ia aceitar esse tipo de coisa. Eu chego aqui em Cruzeiro do Sul com minha cabeça a mil por hora, e os coitados aqui que recebem um salário mínimo, sem receber... Isso fica muito bonito pra minha cara um negócio desse, rapaz. Eu só queria saber quem é o responsável por isso. O seu João Paulo (procurador) acabou de pegar uma, porque eu estou há dois anos falando sobre essas terceirizadas. E aí, Paulinho, não adianta jogar culpa pra A pra B pra C, porque cada um tem que ter consciência e assumir suas responsabilidades, porque só está sobrando pro meu. Eu acho engraçado que é bloqueio judicial, mas em cinco minutos desbloquearam. Eu não entendo essas coisas que a lei só serve para uma coisa e pra outras não servem."
Cameli segue falando: "Então tá certo... É assim que vocês querem que eu vá ser reeleito governador de novo. Porque desse jeito eu não preciso mais de inimigo, não. Não é possível um negócio desse. Vocês façam uma autorreflexão, porque eu venho avisando há muito tempo. E tu tem que entender, porque o Alysson estava falando no telefone comigo agora há pouco, gaguejando, porque eu disse pra ele que no lugar de ele ter priorizado o pagamento desse pessoal... Não de outras empresas... É por isso que as coisas estão desse jeito... Eu quero só saber como é que vai ficar isso, eu quero só saber... Isso não vai ficar assim, eu passando por esses estresses que eu vivo por causa disso".
Paulo Justino ainda tenta explicar:
"Na verdade, isso é um problema de reconhecimento de dívida". Porém ele não consegue convencer seu chefe.