Ray Melo, do Notícias da Hora Blog do Ray 03 Outubro 2022
Bom dia! Boa tarde! Boa noite!
Depois de um longo afastamento pela falta de tempo, cá estou eu. Vamos falar um pouquinho de política pós-eleitoral.
Meus três leitores, vocês sabem o que é a Lei do Ex?
Respondo: é a lei informal que prevê que o jogador pode marcar um gol quando enfrenta o ex-clube.
Daí vocês me perguntam: E o que o futebol tem a ver com a política?
Tem tudo a ver.
Há disputa, rivalidade, rasteiras, cangapés e o título que não é de eleitor, mas é como se o time ganhasse um mandato.
Como funciona a Lei do Ex? A lei entra em vigor sempre que o atleta enfrenta o ex-time e marca um gol.
Foi exatamente o que aconteceu com o MDB do Acre nas Eleições 2022. Os postulantes da agremiação aos mandatos de deputados federais foram vítimas da Lei do Ex.
Eles entraram na disputa contra três ex-emedebistas: Zezinho Barbary, Meire Serafim (esposa do Mazinho Serafim) e Roberto Duarte.
Políticos que saíram da legenda após arengas com os caciques do Glorioso.
Eleito deputado federal, Zezinho Barbary era um forte cabo eleitoral de Jéssica Sales. Após uma rusga interna, ele saiu do MDB. Observando a questão estava Gladson Cameli (PP) que espertamente correu, o filou ao PP e o lançou candidato a deputado federal.
Barbary levou com ele boa parte dos votos que poderiam ter garantido a reeleição de Jéssica Sales.
Mazinho Serafim, marido da deputada federal eleita Meire Serafim, foi outro caso. Ele esperneou dentro do MDB para ser candidato ao governo. A cacicada pulou. Ele tentou ser candidato a deputado federal, a cacicada mostrou a porta de saída.
Mais uma vez entra em cena Gladson Cameli. O governador levou Mazinho e Meire Serafim para um dos partidos que Marcio Bittar estava preparando para as eleições, os filiou e Mazinho lançou a esposa para concorrer a uma cadeira na Câmara Federal.
Apesar do corpanzil, Mazinho sempre foi muito habilidoso para conquistar votos. Ele conseguia distribuir votos para Flaviano Melo e Jéssica Sales.
Saindo do MDB, Mazinho levou com ele o precioso capital dos votos e elegeu a esposa por quatro anos na Câmara.
Outra pequena confusão no MDB foi com Roberto Duarte. Ele trombou com Flaviano quando se lançou candidato a deputado federal, restando como única alternativa a porta de saída da agremiação comandada por Melo.
Apesar de fazer oposição ao governo Cameli, Duarte foi acolhido e apadrinhado por Bittar, que à época era um fervoroso “camelista”. Marcio filiou Duarte, o candidatou a deputado federal e ainda jogou uma bela fatia no fundão para ele conseguir a eleição.
Duarte levou com ele os votos que poderiam entrar na legenda do MDB.
Meus três leitores, vocês entenderam?
Os três que abandonaram o MDB e levaram as legendas foram eleitos, deixando os dois deputados Jéssica Sales e Flaviano Melo como vítimas da Lei do Ex.
O técnico que fez a estratégia foi Gladson Cameli com ajuda de Márcio Bittar. O progressista colocou as bolas na marca do pênalti e Mazinho, Barbary e Duarte marcaram os gols.
Foi a Lei do Ex quem derrubou o MDB de goleada.
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