TARAUACÁ: MISSA E PROCISSÃO MARCAM O ENCERRAMENTO DO NOVENÁRIO DE SÃO JOSÉ NESTE PRIMEIRO DE MAIO

 

Em Tarauacá, a Igreja Católica encerra hoje com grande festa, mais um novenário de São José, oficialmente reconhecido com ‘Padroeiro do Município’. As atividades de hoje incluem uma missa campal, seguida de uma grane procissão, jantar, leilão e o tradicional concurso de bonecas vivas.

São José, de acordo com o registro bíblico do Novo Testamento, era o esposo de Maria, a mãe de Jesus. Foi ele quem teve a missão de educar o filho de Deus na lei de Moisés. Por causa disso, ele recebe o título de “Tutor de Nosso Senhor”. Conhecido como o “Carpinteiro de Nazaré”, José também é tido como “Padroeiro dos Trabalhadores”, e, pela fidelidade à sua esposa e dedicação paternal a Jesus, como “Padroeiro das Famílias”, empresta seu nome a muitas igrejas e lugares ao redor do mundo.

ORIGEM DO NOVENÁRIO DE SÃO JOSÉ EM TARAUACÁ – Na paróquia de São José não há registros sobre a origem do novenário de São José. De acordo com o Padre Sebastião Bonjour, responsável pela paroquia local, pouco se sabe a oficialização do santo como padroeiro do município. O que sabemos é o que conversamos com as pessoas mais antigas e os historiadores do município. “Nós queremos dar o devido valor a cada ‘santo padroeiro’ de nossa gente. O que não podemos é fazer comparações sobre a importância e a influência dos dois. São José foi escolhido pela igreja e São Francisco foi escolhido pela religiosidade do povo nordestino que, povoou nosso município e deu origem à população de Tarauacá. Então é mais um motivo de alegria o fato de temos dois padroeiros. Isso é ótimo para nossa cidade e pra nossos irmãos”, disse o padre.

De acordo com o Professor historiador Tarauacaense João Maia, existem duas possíveis hipóteses que podem explicar com tudo começou. A primeira é fato dos primeiros padres a celebrarem missas nessa região se chamavam José. O primeiro padre a celebrar uma missa em Tarauacá, por volta de 1910, foi José Vitor Fritz (Zezinho) que veio direto da Prefeitura Apostólica de Tefé no Amazonas, através das chamadas desobrigas. As desobrigas era uma pratica de grande alcance social e religioso que, na verdade era organizada, em intervalos de messes, anos, dependendo das condições de acesso, as visitas paroquiais aos distritos municipais que tivessem capelas construídas ou improvisada. Essa prática passou a ser adotada em todas as regiões da amazônia e a chamavam desobriga. Era como livrar o povo da época, das obrigações para com a Igreja. Depois do Padre “Zezinho” veio o Padre José Beshof Benge (Zezão), já designado pela Prelazia do Juruá.

A Prefeitura Apostólica de Tefé foi erigida a 23 de maio de 1910, pelo Papa Pio X, por meio da bula Cum ex nimia Diocesi Amazonum, desmembrada da então Diocese do Amazonas, hoje Arquidiocese de Manaus. Em 1931, por meio da bula Munus regendi, do papa Pio XI, cedeu parte de seu território para a criação da então Prelazia de Juruá, atualmente Diocese de Cruzeiro do Sul. Em 11 de agosto de 1950, pela bula Quum Deo adjuvante, do papa Pio XII, foi elevada a prelazia e confiada pela Santa Sé aos cuidados da Congregação do Espírito Santo. As Prefeituras Apostólicas e o Trabalho das Missões : sua importância econômica e ideológica. Veja AQUI

A segunda possibilidade sobre a origem do novenário de São José no Município de Tarauacá, Estado do Acre, relatada pelo professor João Maia, refere-se à Senhora Evangelina Valverde Vasconcelos que, teria sido a pessoa responsável pela organização das primeiras celebrações em homenagem a São José, por causa de seu marido que se chamava, Dr. José Tomaz da Cunha Vasconcelos, popular e historicamente conhecido como “Surucucú” que era prefeito do departamento, na época em 1916.

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Por Raimundo Accioly

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