quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Pai que salvou gêmeos na enchente diz sofrer financeira e emocionalmente


Foto: imagem da internet e arquivo pessoal/reprodução

Quase um ano depois de enfrentar a correnteza com os filhos recém-nascidos nos braços, o pai de família Luciano Cunha da Silva e a esposa ainda não se recuperaram financeiramente e emocionalmente da alagação que afetou mais de 100 mil pessoas em Rio Branco, em março de 2023. Na última terça-feira, 23, os gêmeos Lorenzo e Ângelo completaram um ano de vida, graças à bravura do pai e da mãe, que num ato de desespero, deixaram todo o resto para trás.

Em entrevista ao ac24horas, Luciano revelou que no dia 23 de março saiu de casa com a família para visitar os pais da esposa, mas devido à forte chuva, tiveram que dormir na casa dos sogros. “Na manhã seguinte retornamos para nossa casa, mas como estávamos muito cansados, assim que os bebês dormiram também pegamos no sono. Meia hora depois acordamos com a água invadindo a casa, não deu tempo de fazer nada. Tomei a atitude de tirar meus filhos de casa antes que a água tomasse de conta de tudo”, disse.

Minutos depois de enfrentar a correnteza com os filhos no braço e com o apoio da esposa, os recém-nascidos estavam a salvo, mas a casa e todos os móveis, documentos, roupas, tudo… tudo o que foi deixado para trás foi tomado pela água. “Ficamos só com a roupa do corpo. Móveis, berços, geladeira, roupas, tudo foi perdido”, afirma Luciano.
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Dez meses depois do incidente, a enxurrada histórica de igarapés em Rio Branco, que aconteceu ao mesmo tempo, em que o rio Acre transbordava, traumatizou a família que já não tem paz durante o inverno, segundo Luciano: “Cada chuva forte que cai você já pensa: ‘meu Deus, será que vai alagar novamente?’, então o bem mais valioso que perdemos foi a paz, já que a sensação de que tudo pode se repetir deixa a gente com os nervos à flor da pele”.

Depois do ocorrido, a família passou 6 meses sobrevivendo do Bolsa Família, programa do Governo Federal. A família aguarda conseguir sair do local, que é área de risco de enchentes, para avaliar como reinvestir nos móveis da casa. “Não adianta comprar móveis, temos medo da alagação vir e levar novamente. O risco é grande. Meu sonho é conseguir vender essa casa para comprar outra em outro lugar, mas ninguém quer comprar porque alaga”, explica Luciano, que pede ajuda de quem possa dar assistência na compra de remédios e fraldas para os gêmeos.

O número PIX para recebimentos de doações é 68992038213 (telefone), em nome de Angélica Silva de Paula, esposa de Luciano.

Por ac24horas.com

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