A população de Jordão vive um dos momentos mais desafiadores de sua história com cerca de 80% da cidade inundada pelas águas do Rio Tarauacá, mas para uma acreana, em especial, o desafio se tornou ainda maior quando ela precisou passar por um parto de emergência na madrugada desta segunda-feira, 26.
O bebê nasceu com apenas 33 semanas de gestação e se chama Luidy. Foto: cedida
O parto foi feito em uma sala de emergência improvisada, uma vez que o Hospital Geral Dr. Márcio Rogério Camargo também foi invadido pelas águas.
“Foi um parto complicado, porque a paciente tem várias doenças crônicas como lúpus e insuficiência renal crônica. Ela faz a hemodiálise na capital e estava aqui no município por motivos pessoais. Ela chegou na unidade em trabalho na fase ativa de parto, período expulsivo, e teve como resultado um bebê do sexo masculino de 1,75 kg”, conta a médica Hellem Chagas, responsável pela Unidade Mista de Saúde do Jordão.
“Ele nasceu com dificuldade respiratória, com batimento cardíaco fraco, mas prontamente realizamos todas as manobras de reanimação neonatal. Eu e minha equipe, a enfermeira Brenda, a enfermeira Ramila, os técnicos de enfermagem, demos toda essa assistência na reanimação com oxigênio, com manta aquecida, fornecendo calor, e o paciente se encontra hoje estável, já está em transferência para Rio Branco, através do aeromédico, e a mãe também foi transferida para Rio Branco para tratar das suas comorbidades crônicas”, completa a médica.
O médico e atual secretário de Saúde do Acre, Pedro Pascoal, participou ativamente da montagem da sala da emergência, sob o comando do governador Gladson Cameli. Foto: Assessoria/Sesacre
O secretário de Saúde do Acre, Pedro Pascoal, esteve pessoalmente em Jordão no fim de semana para apoiar a prefeitura municipal nas ações de socorro às famílias atingidas pela cheia. Entre as ações, foi feita a instalação da sala de emergência, antecipando-se às possíveis necessidades, como aconteceu com o parto do bebê batizado pelos pais como Luidy.
“Sob o comando do governador Gladson Cameli, nós estamos levando toda assistência possível aos moradores de Jordão e das demais cidades atingidas pela cheia, e ficamos muito felizes porque, mesmo nesse momento tão delicado, podemos ajudar. Nós montamos essa sala de emergências no fim de semana, e ela foi fundamental para o bom resultado desse parto, assim como a equipe médica do hospital, que não mediu esforços, mesmo diante das dificuldades. Então, eu parabenizo toda a equipe e desejo que os dois pacientes tenham uma boa recuperação e desenvolvimento”, relatou Pascoal.
Dezessete municípios estão em situação de emergência
O governador do Acre, Gladson Cameli, publicou em edição extra do Diário Oficial do Estado no domingo, 25, o Decreto n° 11.414, que estabelece emergência em 17 cidades do estado atingidas por inundações, seja de rios ou igarapés.
A medida, que tem validade de 180 dias, passou a valer a partir da data de publicação e abrange as cidades de Assis Brasil, Brasileia, Capixaba, Cruzeiro do Sul, Epitaciolândia, Feijó, Jordão, Mâncio Lima, Marechal Thaumaturgo, Plácido de Castro, Porto Acre, Porto Walter, Rio Branco, Santa Rosa do Purus, Sena Madureira, Tarauacá e Xapuri.
Os municípios mais críticos são Assis Brasil, Brasileia, Cruzeiro do Sul, Epitaciolândia, Jordão, Rio Branco, Santa Rosa do Purus, Tarauacá e Xapuri.
Além dos rios, o Estado também destacou o transbordamento de igarapés, que estão impactando consideravelmente no cenário da cheia. Na mesma edição do DOE, Brasileia, Plácido de Castro, Epitaciolândia, Jordão, Santa Rosa do Purus e Tarauacá declararam situação de emergência. Todos os decretos têm como base dados da cheia dos rios e igarapés do estado.
Em Jordão, onde a prefeitura decretou também calamidade pública, as águas atingiram quase toda a cidade e a Energisa fez o desligamento de 651 unidades consumidoras. Para Santa Rosa do Purus também foi enviado reforço das equipes.
Por contilnet