Por Redação AcreNews
A entrevista especial deste domingo é com alguém que conhece muito o processo eleitoral no Acre. Além de estar deputado estadual há seis anos, é Juiz de Direito aposentado e foi Juiz Eleitoral. Pedro Luiz Longo, ou simplesmente Pedro Longo, esse paranaense que escolheu o Acre para cumpri sua missão na terra é um gentlelman. Fala pausadamente, em tom baixo, um urbano por natureza, mas vira um leão fora da jaula quando precisa defender suas bandeiras, entre estas a dos servidores públicos e das pessoas com limitações. É o relator do processo político que mudou a vida de 800 servidores do Igesac e tem em sua bagagem, ainda, a condução do Detran por um longo período. É este cidadão que conversou conosco sobre diversos assuntos na entrevista especial deste domingo, 29. Entre outras coisas, diz esperar dos candidatos a prefeito da capital que mantenham a civilidade, porque o Acre é pequeno e todos se conhecem. “Vamos preservar as amizades”, aconselhou.
A seguir nossa conversa, ipsis literis:
Acrenews – Deputado essa o senhor comemorou alguma coisa na Assembleia Legislativa em relação a estabilidade dos servidores do Igesac. O que foi exatamente?
Pedro Longo – Foi uma caminhada longa. Esse assunto vinha pendente há muitos anos, desde quando se chamava Pró-Saúde, depois transformado em IGESAC.
Havia um questionamento do MPT que recomendava ou a demissão deles ou a assunção de unidades de saúde por parte do IGESAC, o que também não era uma solução simples.
Assim, após muitas tratativas com o Governo e os trabalhadores aprovamos uma lei em 2021, da qual fui o relator na ALEAC, criando um quadro em extinção na SESACRE – quadro em extinção significa que a medida que forem se aposentando não serão substituídos, como forma de resolver definitivamente a situação destes mais de 800 trabalhadores.
Ocorre que a lei foi questionada pelo Ministério Público Estadual junto ao Tribunal de Justiça, mas após amplo debate foi confirmada sua validade no ponto em que acolhe todos aqueles que fizeram concurso público. Agora, por último, o Ministério Público Federal também instaurou um procedimento mas chegou à mesma conclusão do TJ: não há qualquer inconstitucionalidade na nossa lei, e, finalmente, esses trabalhadores de grande importância para nosso sistema de saúde poderão dormir mais tranquilos, sabendo que sua situação funcional está consolidada.
Acrenews – O senhor tem se destacado na bancada da base do Governo por suas posições firmes e por defender pautas sobre as quais tem muito conhecimento. Tem sido trabalhoso lidar com a oposição?
Pedro Longo – O debate é a essência do Parlamento. Sem debate franco não há democracia. De minha parte tenho feito todo o passível para ajudar o Governo Gladson a ser bem sucedido, presidindo comissões, relatando projetos e também na tribuna nos debates com a oposição.
O que não faço é abrir mão de meus princípios e das causas pelas quais luto, como a defesa dos direitos das pessoas com deficiência, dos consumidores, do apoio ao cooperativismo e associações de produtores rurais e das diversas carreiras do funcionalismo, como quando defendemos a criação do auxílio-alimentação que hoje beneficia milhares de servidores em todo o Estado.
Acrenews – O senhor está envolvido nas eleições municipais, tanto em Rio Branco quanto no interior?
Pedro Longo – Sim, estou. Acompanho com atenção esse processo eleitoral, buscando apoiar o surgimento de novas lideranças políticas e renovar o mandato daqueles que fazem parte do nosso projeto.
Acrenews – O senhor é Juiz de Direito aposentado e foi Juiz Eleitoral. Como magistrado, como está vendo essa campanha?
Pedro Longo – Até o momento, apesar de alguns excessos, está dentro da normalidade. Pelo menos não temos visto atos de violência explícita como tem ocorrido em outros estados, e espero que continue assim até o final.
Somos um Estado pequeno, em que todos nos conhecemos e as eleições passam. É importante sempre manter a civilidade e preservar as amizades.
Acrenews – A última semana de campanha geralmente é a mais quente, com todo mundo subindo o tom, o senhor tem medo do que possa acontecer?
Pedro Longo – Como já mencionei, espero que continuemos dentro dos limites democráticos e da legalidade.
Mas, certamente, os órgãos de controle e a Justiça Eleitoral também estarão mais vigilantes nesta reta final, então aconselho aos candidatos que reflitam bem sobre seus atos para evitar arrependimentos posteriores.
Acrenews – Por fim, quais são seus planos para 2026?
Pedro Longo – Penso que já terei deixado um bom legado na ALEAC neste seis anos de mandato, com leis importantes aprovadas e atuação positiva, e, então, devo me apresentar como candidato à Deputado Federal em 2026.
Como venho do mundo jurídico, sei que as leis mais importantes, aquelas que realmente fazem a diferença na vida das pessoas são elaboradas em Brasília.
Assim, penso que posso dar uma boa contribuição na Câmara dos Deputados, e, principalmente, fazendo com que os acreanos e acreanas se sintam bem representados em Brasília.