
A falta de saneamento básico ainda é uma realidade que impacta diretamente a saúde da população acreana. No ano passado, o estado registrou 1.406 internações por doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado, segundo estudo divulgado pelo Instituto Trata Brasil, nesta quarta-feira, 19.
A maioria dos casos foi causada por doenças transmitidas pela ingestão de água ou alimentos contaminados, conhecidas como doenças de transmissão feco-oral, que somaram 864 internações. Além disso, outras 486 pessoas foram hospitalizadas devido a infecções propagadas por insetos vetores, como o mosquito-da-dengue.
O levantamento também revela que 35 pessoas morreram no Acre, em 2023, devido a essas doenças. Destas, 22 foram vítimas de infecções de transmissão feco-oral e 10 de doenças transmitidas por insetos.
A mortalidade foi maior entre crianças de até quatro anos, que somaram 12 óbitos, e idosos acima de 60 anos, que representaram 16 das mortes registradas. Entre os indígenas, a taxa de mortalidade no estado foi uma das mais altas do país, ao lado de Roraima e Mato Grosso.
Cenário nacional
O problema não é exclusivo do Acre. Em todo o Brasil, mais de 344 mil pessoas foram internadas em 2024 devido a doenças relacionadas ao saneamento precário. A maioria dos casos está ligada à dengue e a infecções gastrointestinais causadas por vírus, bactérias ou parasitas.
Apesar da redução gradual das internações nos últimos anos, algumas regiões seguem registrando altas taxas, como o Centro-Oeste, devido ao surto de dengue, e o Norte, onde as doenças de transmissão feco-oral ainda são um grande desafio.
Além das internações, o estudo aponta que 11.544 pessoas morreram no país em 2023 por essas enfermidades, com idosos e crianças sendo os mais afetados. O Instituto Trata Brasil estima que a ampliação do saneamento poderia reduzir em até 70% as internações e gerar uma economia de quase R$ 44 milhões por ano.
Por ac24horas.com